Santos cobra prejuízos e promete brigar por Vila

O Santos entrou com representação no Tribunal de Justiça Desportiva para tentar responsabilizar os torcedores do São Paulo pelos incidentes ocorridos na Vila Belmiro durante o clássico do último domingo. "O Santos não pode ser acusado por atitudes de torcedores do adversário", disse o presidente do clube, Marcelo Teixeira, que também vai exigir o ressarcimento, por parte do São Paulo, dos prejuízos que o clube sofreu com a destruição de dois banheiros do setor em que ficaram os torcedores são-paulinos.

Em entrevista concedida ontem à noite à TV Santa Cecília, da família Teixeira, o presidente santista disse ainda que, na representação ao TJD, o clube pede que o órgão exija esclarecimentos ao atacante Leandro, que acusou o técnico Vanderlei Luxemburgo de ter mandado seus jogadores baterem nos atletas do adversário. "Leandro atacou a moral do nosso treinador, e o tribunal deve cobrar provas do que ele disse", sugeriu o dirigente.

Teixeira adiantou que vai esperar a classificação do Santos para as semifinais do Campeonato Paulista para depois brigar pelo que julga ser direito de seu clube: disputar um dos jogos das finais na Vila Belmiro, se o adversário for o São Paulo.

Quanto ao chinelo atirado em campo e entregue ao juiz Antonio Batista Rogério do Prado pelo goleiro Rogério Ceni, o dirigente santista afirmou que o responsável pelo ato já foi identificado. E repetiu que a Vila Belmiro "é um palco seguríssimo", além de garantir que lá "nenhum vândalo fica impune." A preocupação de Teixeira é que, com base em imagens da televisão, mostrando cenas de violência e até o arremesso de um vaso sanitário por torcedores santistas na uniformizada do adversário, a Vila Belmiro seja vetada pela FPF para o clássico contra o Corinthians, no dia 28.

O presidente do Tribunal da Justiça Desportiva, Naief Saad Neto, confirmou hoje ter recebido representação do São Paulo sobre os incidentes ocorridos domingo, e já ter conhecimento da súmula do juiz Antonio Rogério Batista do Prado. Ele acredita que o órgão vá julgar o caso dentro de aproximadamente 15 dias, mas não quis adiantar se o Santos corre o risco de perda de mandos de jogos e de outras punições. Na súmula, o juiz relata que após o lance do gol anulado de Jonas, os torcedores santistas atiraram chinelos e copos d’água no campo.

Histórico

Em 2005, no jogo em que o Corinthians quebrou o tabu de quatro anos sem vencer o Santos, e o meia Giovanni chutou uma bola para a torcida numa saída de jogo, houve invasão de campo e muita confusão. Em conseqüência, o Santos perdeu cinco mandos de jogos. Aquela partida, para aumentar a revolta da torcida, substituía uma vitória santista por 4 a 2, um dos últimos jogos de Robinho pelo clube, anulada por ter sido apitada por Edilson Pereira de Carvalho, envolvido no esquema de apostas e manipulação de resultados que ficou conhecido como "máfia do apito".

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