Diversos parlamentares acusados reagiram ontem à inclusão de seus nomes na lista divulgada pela CPI dos Sanguessugas. A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) afirma que sua relação com Carlos Augusto Haass – o Guto, flagrado nos grampos da Polícia Federal (PF) – se restringe a questões eleitorais. "Ele faz campanha para mim. E ponto. Nada além disso", disse
O deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO) afirmou a integrantes da CPI que nunca apresentou emendas em favor do esquema. Gomes usa os próprios grampos para se defender: segundo ele, nas gravações, fica claro que, por ser da oposição, não conseguia liberar emendas
O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) tem negado envolvimento com o esquema ou qualquer conhecimento da suposta participação do ex-funcionário Marcelo Carvalho com a máfia
O deputado Maurício Rabelo (PL-TO) afirma que conhece Luiz Martins – supostamente beneficiado pelo esquema -, mas diz que ele não é seu funcionário, como sugeriram os empresários da Planam. Rabelo afirma que não sugeriu emendas para a Planam e alega desconhecer envolvimento de Martins
Em nota divulgada no início da noite, o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA), se disse "surpreso e estarrecido" com a inclusão de seu nome na lista dos 57 parlamentares. Disse seu nome foi apenas citado por terceiros nas escutas, quando assumiu a liderança. "Considerava o caso encerrado, uma vez que a Corregedoria da Câmara já havia mandado arquivar por falta de provas.
O presidente do PP, deputado Nélio Dias (RN), se diz inocente. Informou que vai abrir um processo contra as pessoas que o estão acusando. Segundo Dias, o PP, que tem 13 deputados sob investigação, só vai se posicionar sobre as denúncias após a conclusão do caso
O deputado Fernando Estima (PPS-SP) disse que "estranhou" a inclusão de seu nome na lista, pois não apresentou nenhuma emenda ao orçamento em 2005. Ele assumiu o mandato em agosto do ano passado, na vaga de Valdemar Costa Neto (PL-SP), que renunciou
Amauri Gasques (PL-SP) negou qualquer vínculo com o esquema. Explica que a citação de um funcionário nas planilhas da Planam se explica pelo fato de esse servidor ter sido funcionário da empresa
Welington Fagundes (PL-MT) negou ter sugerido emendas em favor da cidade de Juará – citada nos grampos – e disse que valores atribuídos a ele nas conversas grampeadas foram mal interpretados. "Não tenho ligação com os fatos", frisou. Os representantes do PRB e PSC não foram encontrados