Ruralista defende maior fiscalização na fronteira com Bolívia e Paraguai

O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Antenor Nogueira cobrou do governo "um plano incisivo de proteção da fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai, em razão do perigo de que animais contaminados nesses países por febre aftosa transfiram a doença para os rebanhos dos estados brasileiros vizinhos". Além disso ele lembra que essa área fronteiriça envolve também o tráfico de drogas e de armas, por isso entende que é preciso estabelecer uma política de efetiva fiscalização e repressão.

Nogueira abordou a questão da existência de focos da febre aftosa em rebanhos da Bolívia e opinou que, "o Brasil poderia durante dois anos vacinar todo o gado da Bolívia e do Paraguai, com o mesmo dinheiro que gastou com o sacrifício de animais em Mato Grosso do Sul e no Paraná, quando a doença foi detectada". O Paraguai tem rebanho de 8 milhões de cabeças e a Bolívia, de 6 milhões. Mas, sugere que, com essa oferta poderia se exigir dos países vizinhos fazer o "acompanhamento da vacinação, porque eles não estão nem aí".

"A Bolívia não se preocupa em debelar a aftosa na área onde ela está acontecendo porque não é reconhecida como área livre da febre. Se fosse, eles correriam para resolver o problema, como foi feito no Brasil. Antenor Nogueira acha que esse desinteresse vai colocar os rebanhos de Mato Grosso do Sul em perigo durante muitos anos.

Ele abordou também a idéia manifestada pelo presidente Evo Morales de construir casas em assentamentos localizados em fazendas estrangeiras na Bolívia, que, conforme entende, vai ser um perigo, pois os brasileiros que ocuparem as áreas vão querer trazer para o território nacional o seu gado". "O perigo é exatamente o fato de ser um rebanho que está na Bolívia, alertou.

O presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte vai manter encontro com o ministro da Agricultura Luiz Carlos Guedes. Na conversa, pretende sugerir conversa conjunta com o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos para discutir a questão da vulnerabilidade da fronteira. Ele lembra que trata-se de uma área muito extensa por isso "é preciso estudar uma forma de garantir a proteção contra a entrada clandestina de gado para o lado brasileiro, que pode facilmente acontecer durante a noite pois seria muito difícil fiscalizar toda a área".

Amanhã cedo Antenor Nogueira vai se reunir com os presidentes das agências de defesa agropecuária dos estados que compõem a zona livre com vacinação para abordar os procedimentos que estão sendo tomados pelos 9 estados onde estão os maiores rebanhos de gado, visando atender s exigências da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) para a declaração de áreas livres da febre aftosa. A entidade já mostrou suas condições e dentro de 40 dias seus técnicos voltarão ao Brasil para checar se tudo foi feito como recomendado, conforme Antenor Nogueira.

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