Rossetto reafirma meta de assentar 115 mil famílias até dezembro

Brasília – O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, afirma não ter dúvidas de que a liberação de créditos suplementares de R$ 1,7 bilhão para a reforma agrária deve diminuir as tensões pela disputa de terra: “Não tenho dúvidas. Temos um plano nacional de reforma agrária discutido com a sociedade e só no primeiro trimestre deste ano assentamos 11 mil famílias, o dobro da média histórica do Incra”, acrescenta.

Rossetto reafirma que o governo deve cumprir a meta de assentar, até dezembro, 115 mil famílias. Ele também anuncia que, nas próximas semanas, deve fechar contratos com o Ministério de Minas e Energia para eletrificação nos assentamentos. “Estamos entusiasmados e vamos cumprir as metas”, ressalta.

Em resposta aos que cobram mais rigor do governo federal para controlar as tensões pela disputa de terras, Rosseto afirmou que a postura adotada é de manter diálogo permanente com os movimentos sociais.?O que não significa necessariamente concordância com as opiniões?, observou. Segundo o ministro, o governo respeita leis e o país tem normas e regras a serem observadas por todos.

Nesta semana, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, ameaçou infernizar o país em abril com invasões de terra. O ministro reitera que o governo tem a expectativa de que a liberação de créditos suplementares para garantir o cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária possa amenizar as tensões e conflitos no campo. ?Nós estamos atendendo às reivindicações objetivamente?, diz.

Com relação aos prejuízos dos agricultores por causa da seca na região Sul e às enchentes na região Nordeste, Rosseto declara que, até o fim da próxima semana, o governo federal deve anunciar as medidas que serão tomadas para diminuir os prejuízos dos agricultores. Ele informa que uma comissão interministerial estuda as medidas que serão tomadas. De acordo com o ministro, uma série de iniciativas, neste sentido, já foi adotada na região Nordeste para recuperação de áreas atingidas pelas enchentes e para garantir a produção.

Miguel Rossetto explica que as ações estão sendo debatidas de maneira a avaliar também os prejuízos provocados pela seca que está ocorrendo na região Sul. Com esse objetivo, o ministro se reuniu hoje com parlamentares do núcleo agrário do PT na Câmara dos Deputados. Ele ouviu também sugestões dos parlamentares. ?O objetivo do governo é que, no final da semana que vem, tenhamos posições bastante objetivas. O fato é que existe uma situação grave em várias regiões. Nós vamos falar, dialogar e responder com ações objetivas para minimizar o prejuízo dos nossos agricultores?, afirma.

O ministro do Desenvolvimento Agrário anuncia ainda que, até o fim deste semestre, o governo deve fechar o projeto do seguro rural. Rossetto lembra que o projeto está em fase conclusiva de negociações e que as bases fundamentais do seguro serão o Proagro e o Garantia Safra, que estão em vigor no semi-árido do Nordeste. “Isso vai significar mecanismo que garanta renda e estimule a produção”, acrescenta.

Segundo Miguel Rossetto, o projeto visa a melhorar instrumentos de crédito e assistência técnica e de estímulos à comercialização e à organização da produção. “Para o governo é prioridade que, neste semestre, venhamos a definir um instrumento forte e garantidor de renda para os agricultores”, declara.