Rondeau e Gabrielli discutem estratégia de negociação

Durante toda a manhã de hoje, o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e diretores e técnicos da estatal ficaram reunidos para definir a estratégia de negociação com o governo boliviano e com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Boliviana (YPFB), que assumiu os ativos da companhias estrangeiras nacionalizadas. A reunião, a portas fechadas, acontece em Santa Cruz de La Sierra, onde fica a filial boliviana da companhia brasileira .

À tarde, os representantes do governo brasileiro e da Petrobras participam em La Paz de reunião com representantes do governo boliviano, entre eles o Ministro de Hidrocarbonetos, Andres Soliz Rada e o presidente da YPFB, Jorge Alvarado. Marcada para o Hotel Comino Real, a reunião ainda não tem horário definido para começar.

Os dois países negociarão o preço do gás natural importado pelo Brasil e o processo de nacionalização das refinarias da Petrobras. O presidente da Bolívia, Evo Morales, já disse que pretende um aumento de U$S 2 por milhão de BTU e o presidente da Petrobras defende "reajuste zero". Atualmente, o gás boliviano é vendido ao Brasil por US$ 3,23 por milhão de BTU mais US 1,70 do transporte. O reajuste não atinge a parcela do transporte.

O argumento da Bolívia é que o preço internacional do gás natural está bem acima do pago pelo Brasil, em torno de US$ 9 por milhão de BTU. Especialistas brasileiros, no entanto, dizem que não podem ser comparados os preços de outros países porque a dependência da infra-estrutura de transporte faz com que o mercado de gás seja regional.

Na discussão sobre o processo de nacionalização, a Petrobras deve reforçar a tese de que a nomeação de diretores estaria desrespeitando as leis e a Constituição do pais. O superintendente de Hidrocarbonetos da Bolívia, Victor Hugo Sainz garantiu hoje, em entrevista ao jornal local La Razon, que contratou uma auditoria estrangeira para avaliar as multinacionais, agora sob o controle do governo, até porque não existem técnicos bolivianos, segundo ele, em condições de fazer uma avaliação completa. O objetivo do governo local é verificar se essas empresas não exageraram nos custos de investimentos e manutenção durante os oito anos que elas têm operado na produção de campos.

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