Ritmo deve ser mantido

A notícia divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é auspiciosa. A diferença entre os maiores e os menores salários no mercado de trabalho formal caiu 7% nos últimos seis anos – o chamado índice de Gini da renda de trabalho, que calcula a média entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres, caiu de 0,543 para 0,505. Quanto mais perto de zero, melhor.

É um reflexo perfeito do atual estágio da economia brasileira. São catorze anos de estabilidade (quinze, se contarmos a instituição da URV, que antecipou o Plano Real), algo inédito na história moderna do País. E é claro que os salários iriam ser beneficiados – é algo natural, dentro de um cenário de crescimento econômico.

Mesmo com negociações complicadas entre patrões e empregados, o repasse da inflação somado com índices menores já representa um ganho acima do normal para os trabalhadores. E como os funcionários graduados não entram nessas conversas, estes têm seus vencimentos alterados de forma mais lenta. O resultado disto é a aproximação gradual entre os salários.

Para que os que ganham menos comecem a sentir claramente os efeitos deste crescimento dos salários, é preciso, segundo o Ipea, um novo ?padrão tributário?. Em resumo, é uma mudança na cobrança direta e indireta de impostos. Com a atual carga incidindo sobre salários e sobre a produção, os pobres pagam mais do que os ricos. Justamente o que não pode acontecer, ainda mais em um governo de inclinação de esquerda, como o comandado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente, por sinal, ganha mais uma com o anúncio do Ipea. Na sua gestão, como ele diz, ?nunca na história deste País? os mais pobres tiveram tanta melhora de poder aquisitivo. Aproveitando o cenário favorável, Lula consegue liderar um período inédito de transferência de renda. E ainda com plena estabilidade e liberdade econômica. Este é um mérito que o presidente tem, e que não pode ser retirado dele e, principalmente, de sua equipe econômica.

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