Rigotto inscreve-se para disputar com Garotinho prévias do PMDB

O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), inscreveu-se hoje para disputar com o pré-candidato a presidente Anthony Garotinho (PMDB) as eleições prévias do partido que escolherão o candidato a presidente. Em cerimônia prestigiada pela presença de dezenas de líderes nacionais e regionais do partido, deputados e senadores, Rigotto lançou-se na corrida sucessória com um discurso municipalista, em que se propôs a ser a terceira via na disputa hoje polarizada entre o PSDB e o PT.

"Hoje, temos uma federação enfraquecida, mas vamos apresentar uma nova proposta de pacto federativo, com as atribuições claras de cada um. A terceira via ao PT e ao PSDB é o PMDB, correndo por fora", afirmou, ao dizer que chega o momento de a legenda dizer se quer ter identidade e cara própria ou prefere ficar a reboque de projetos alheios.

Para se contrapor ao avanço de Garotinho, que há três meses percorre o Brasil em busca do apoio de peemedebistas, Rigotto lembrou que a candidatura vitoriosa ao governo gaúcho surgiu como "um sonho", em que ele largou com 2% da preferência do eleitorado, contra os 37% registrados em favor do ex-governador Antônio Britto (PPS) e outros 38% obtidos pelo presidente do Diretório Regional do PT no Estado e ex-ministro das Cidades, Olívio Dutra.

O governador destacou que, mesmo tendo participado dos últimos governos, o PMDB não teve a Presidência, nem tampouco a Vice-Presidência ou o Ministério da Fazenda para "dar os rumos" de que o País precisava, com mais crescimento econômico e desenvolvimento social. Ele dirigiu-se ao deputado Delfim Neto (PMDB-SP), ali presente, para lembrar que trabalhara sem sucesso na aprovação da reforma tributária, como presidente da comissão especial encarregada do assunto. "O governo Fernando Henrique impediu o avanço dela; o governo Lula fez um remendo, em vez de fazer uma reforma", queixou-se.

A fala de Rigotto agradou à platéia eclética de peemedebistas de todas as alas. O pré-candidato foi elogiado tanto por representantes do grupo governista, que ainda trabalha a alternativa de uma aliança com o PT, como por parlamentares identificados como simpatizantes de uma parceria com o PSDB. "Foi um discurso competente que expressa a vontade do PMDB de vir a ser o partido do presidente da República para promover as mudanças necessárias", disse o deputado Moreira Franco (PMDB-RJ).

"O Rigotto é bom de palanque", resumiu o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), irmão do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que, na véspera, criticara os dois pré-candidatos do PMDB. "Se ele falar à militância da forma adequada e bem posta como neste lançamento, poderá mobilizar o partido em torno de sua candidatura", avaliou o ex-líder Geddel Vieira Lima (BA). "Foi muito bom porque Rigotto passou empolgação pela candidatura e a capacidade de sintonizá-la com a história do partido, que não quer mais ser coadjuvante no cenário nacional", completou a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES).

Presidente do diretório paulista do PMDB, que desponta nas pesquisas como eleitorais como favorito na briga pelo governo de São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia mencionou as declarações de Calheiros, segundo as quais os candidatos que apareceram até agora não somam. "É a opinião dele, que respeitamos, mas discordamos", contestou Quércia, ao apostar que o partido terá candidato a presidente", e mais: "O Rigotto tem condições de somar o partido em torno de sua candidatura e de levar o PMDB à vitória."

Além dos dois líderes peemedebistas na Câmara, Wilson Santiago (PB), e no Senado, Ney Suassuna (PB), também compareceram à cerimônia os relatores das CPIs dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), e dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR)

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