Relator pede cassação do mandato do deputado Roberto Brant

Brasília – O relator do processo contra o deputado Roberto Brant (PFL-MG) no Conselho de Ética da Câmara, deputado Nelson Trad (PMDB-MS), leu hoje seu voto, favoravel à cassação do parlamentar por quebra de decoro. Entretanto, o processo não será julgado hoje, pois os deputados Benedito de Lira (PP-AL), Fernando de Fabinho (PFL-BA) e Moroni Torgan (PFL-CE) pediram vistas do processo. Com isso, a votação só poderá ocorrer após duas sessões plenárias.

Brant responde a processo no Conselho de Ética pela suposta prática de caixa 2 na campanha para a prefeitura de Belo Horizonte, em 2004. À época, um dos coordenadores da campanha do deputado, Nestor Francisco de Oliveira, sacou R$ 102,8 mil de uma conta da SMP&B, empresa de Marcos Valério.

Em depoimento no conselho, Brant disse que os recursos foram doados pela Usiminas e usados um mês depois no pagamento de um programa pré-eleitoral veiculado nas emissoras regionais de televisão, em maio de 2004, no horário reservado ao PFL. Segundo Brant, a agência de publicidade que prestava serviços para a Usiminas foi a intermediária.

De acordo com o voto do relator, não há dúvida de que a contribuição era para a campanha eleitoral de Brant. "Para esse fim, a verba transitou, sim, de forma clandestina, desde a origem não declarada à sua retirada em espécie, em cheque nominativo do próprio emitende, de forma a ocultar a transferência ou o destinatário verdadeiro, e enquanto permaneceu sob a guarda de preposto do representado, sem qualquer registro de comitê ou do partido, para vir à tona com o pagamento feito à agência PMP Comunicação", diz Trad.

Para ele, os fatos podem traduzir, em tese, a violação da legisação eleitoral, "com o recebimento e aplicação de recuros não declarados, nem objeto de prestação de contas, seja do candidato, seja do partido, que favoreceram direta ou indiretamente sua campanha municipal, ainda que infrutífera".

Voltar ao topo