Brasília ? O relator da Comissão Mista de Salário Mínimo do Congresso Nacional, senador Paulo Paim (PT-RS), pediu que os poderes Executivo e o Legislativo se aproximem para discutir as novas formas de reajustar o salário mínimo. A comissão parlamentar deve apresentar um relatório e um projeto de lei até agosto. O governo federal também anunciou que pretende apresentar uma proposta de política permanente de fortalecimento do salário.
"Não vejo problema nenhum, inclusive, da gente ter reuniões nossa com a comissão do Executivo. Por que não fazer um único debate em uma grande audiência pública no Estado? Estão lá as duas comissões, mostrando o compromisso", disse o senador. "O conjunto do movimento sindical está junto, interagindo junto ao poder Executivo, conversando com os ministros. E quando o Congresso chama, aqui está o movimento sindical para fazer um bom debate."
Hoje, durante audiência pública, as centrais sindicais apresentaram novos mecanismos de reajuste do salário mínimo. Entre elas estavam representantes da Força Sindical, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), Central Autônoma de Trabalhadores (CAT), Coordenação Confederativa de Trabalhadores (CCT) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, é um dos que defende o reajuste do salário mínimo conforme a inflação e o crescimento do PIB. "Se conseguíssemos colocar isso numa legislação, com certeza isso, ao longo dos anos, garantiria que o salário mínimo fosse recuperado", disse.
Essa também é uma das propostas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que defende um índice de 10% ao ano de ganho real no salário mínimo. "Eu fico imaginando o que seria para o salário mínimo termos, durante 10 anos, a inflação mais 10% de aumento real. Aí vamos fazer que esse salário mínimo volte a ter o poder de compra que teve na década de 50", afirmou o presidente da CUT, João Felício. Ele disse que esse índice é a média do ganho real do salário mínimo nos últimos dois anos.