Refrega no ônibus

Até 11 de fevereiro, os interessados em disputar as prévias para a escolha do candidato à Presidência da República pelo PMDB podem se inscrever. A escolha por voto direto está marcada para 19 de março, terceiro domingo do mês e, em havendo necessidade de segundo turno, no domingo seguinte.

Os pré-candidatos inscritos são o ex-governador fluminense Anthony Garotinho, secretário de Governo de sua mulher Rosângela Matheus, atual governadora, e o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto.

Apesar do forte rumor em torno da possível candidatura do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, sua aposentadoria somente deverá ocorrer em abril, após a realização das prévias e, até o momento, não houve manifestação audível do ministro sobre a antecipação da saída.

Jobim em mais de uma ocasião deixou patente o desejo de ser o candidato do PMDB sem necessidade de eleição interna, mas o partido não abre mão do instituto por considerá-lo não apenas democrático, mas preceito importante do programa partidário.

Também o governador Roberto Requião, de quem se dizia estar bem encaminhada a intenção de inscrever-se, parece ter refluído da idéia, tendo em vista a perspectiva amplamente favorável à reeleição no Estado.

Assim, os contendores diretos são Garotinho e Rigotto, que deixam os cargos em fevereiro para lançar-se na conquista dos votos de 21 mil representantes das bases peemedebistas em todo o território.

A bem da verdade, Garotinho está em campanha aberta, quer viajando pelo País ou falando em redes de rádio e televisão. Rigotto, por seu turno, conta com o apoio dos governadores e da cúpula dirigente, que não vêem com simpatia a volúpia do ex-governador do Rio.

O embate será extremamente desgastante, à vista dos métodos utilizados por Garotinho na tarefa de arrebanhar delegados com direito a voto, algo que constitui prática não condizente com as raízes históricas que o partido se esforça para reconquistar.

Presidente da executiva nacional, o deputado Michel Temer teve o bom senso de declarar que quem levar será candidato. Todavia, se der Garotinho, dificilmente o partido estará coeso. Os adversários, como se vê, estão hoje no interior do antigo partido-ônibus.

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