Reforma das calçadas da cidade vai começar pela Marechal Deodoro

A prefeitura vai mudar o padrão e melhorar as calçadas de Curitiba. Sem abrir mão da tradição do petit pavê, mosaico de origem portuguesa que será utilizado em áreas de descanso, a cidade passará a contar com calçadas pavimentadas com blocos de concreto pré-moldado intertravados que são de fácil manuseio e podem ser retirados e recolocados sem causar desníveis que provocam acidentes.

A primeira via a contar com o novo material deverá ser a avenida Marechal Deodoro, no centro da cidade, por onde transitam, por dia, cerca de 50 mil pedestres. Segundo o executivo de projetos do Ippuc, Maurício Melara, após a aprovação do novo material, feita nesta semana pelo grupo responsável pelo plano de adequação das calçadas da cidade, serão iniciadas negociações com concessionárias de serviços que viabilizem a reestruturação da avenida.

A Marechal Deodoro, afirma Melara, é uma via considerada ícone pelos urbanistas em função da intensa circulação de pedestres e muitos problemas de conservação. Nas calçadas da avenida serão utilizados, explica Melara, os dois materiais: petit pavê e blocos intertravados.

O petit pavê, diz ele, é um material que deve ser preservado porque além de bonito permite criar infinitas configurações que representem a vida da cidade. Este material explica, será utilizado em áreas de descanso, onde serão criados pequenos nichos com bancos e espaços para que as pessoas possam sentar, conversar, descansar. Nas áreas de tráfego intenso serão utilizados os blocos pré-moldados.

A reforma das calçadas da Deodoro será acompanhada de um novo paisagismo que inclui os desenhos do piso e nova arborização. O estudo está sendo feito pelo grupo encarregado pelo prefeito Beto Richa de estudar a recuperação das calçadas da cidade. O grupo é pelo Ippuc, Regional Matriz e secretarias municipais do Meio Ambiente e Urbanismo.

Entre os problemas detectados pela equipe que vem estudando o assunto estão o estacionamento de veículos pesados – como caçambas e de transporte de valores – sobre as calçadas; implantação de redes de serviços como água, energia elétrica, gás e telefone feitos sem planejamento conjunto pelas concessionárias; vendedores ambulantes que ocupam espaços de pedestres; calçamento inadequado, e raízes de árvores que destroem a pavimentação. Em torno de 20% das espécies de árvores no centro da cidade causam problemas às calçadas.

Plano 180 dias

Embora a responsabilidade pela conservação da calçada seja dos proprietários dos imóveis, a prefeitura está empenhada em resolver os problemas causados pela deterioração dos passeios. A adequação das calçadas faz parte do plano de ação do prefeito Beto Richa para os primeiros 180 dias de governo.

O Plano de Adequação das Calçadas, elaborado pelo Ippuc, prevê o planejamento das ações de concessionárias de serviços públicos na implantação de suas redes de gás, energia, telefonia, água e esgoto. Uma lei municipal a ser regulamentada determina que estes serviços sejam comunicados previamente à prefeitura, incluindo dados de infra-estrutura e planos de expansão das redes.

Com as informações fornecidas pelas empresas, a prefeitura pretende estabelecer um plano de implantação de obras compatível com a reestruturação das calçadas. O que significa que a implantação de redes seja feita simultaneamente pelas várias empresas, evitando o que ocorre habitualmente: as calçadas são abertas numa semana por uma determinada empresa e, quando os buracos são fechados outra empresa começa tudo novamente. Os resultados, os curitibanos já conhecem: prejuízo à circulação de pedestres e ao comércio e obras que muitas vezes não têm acabamento adequado.

Rua da Carioca

Ela já foi chamada de Rua Carioca de Baixo, quando tinha apenas três quadras. Também foi Rua do Comércio e Rua do Imperador, quando da visita do imperador D. Pedro II, em 1880. Com a proclamação da República passou a ser Marechal Deodoro, com características provincianas até meados do século XX.

A grande transformação ocorreu na década de sessenta, com o alargamento de 14 para 30 metros num trecho de quase um quilômetro, entre as ruas Desembargador Westphalen e Tibagi. A rua recebeu pavimentação, serviços de instalações subterrâneas, iluminação a mercúrio e obras de paisagismo. Esta nova fase da rua foi inaugurada na gestão do então governador Paulo Cruz Pimentel, no dia 07 de setembro de 1966 e do prefeito Ivo Arzua Pereira.

No início dos anos setenta, com a criação do calçadão da Rua das Flores, a Marechal Deodoro tornou-se importante sistema de circulação, absorvendo o fluxo de veículos.

Em trinta e nove anos de existência, foram inúmeras as intervenções no calçamento da Deodoro, por conta das obras públicas, instalações subterrâneas de saneamento, energia elétrica, telefonia, cabos de fibra ótica. Ainda que reconstituído a cada intervenção, o calçamento da área de passeio atingiu um grau de deterioração e descaracterização que hoje exige sua reconstrução integral.

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