Rede de ONGs da Mata Atlântica envia carta a Lula pedindo reforço de políticas ambientais

A Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica (RMA) enviou, nesta semana, carta ao presidente Lula pedindo reforço de políticas e ações para proteção do meio ambiente. Na carta, a entidade reitera sua preocupação com as políticas desenvolvimentistas do governo federal, que considera "direcionadas a um crescimento econômico a qualquer preço, sem considerar a questão ambiental".

A RMA pede a revisão de decisões dos governos federal e estaduais que incentivam "atividades insustentáveis", como a liberação do plantio comercial de transgênicos, e faz críticas a alguns projetos de infra-estrutura, como o da transposição das águas do Rio São Francisco. A associação também reivindica empenho do governo para a aprovação, em regime de urgência, do Projeto de Lei da Mata Atlântica. O projeto já foi votado na Câmara dos Deputados e agora está em tramitação no Senado.

Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador institucional da RMA, Cláudio Coffani, explicou que o objetivo da carta "é cobrar políticas ambientais e reforçar a necessidade de um canal de comunicação claro e eficiente entre a rede e o governo".

Além de fazer críticas e sugestões, a carta da Rede de Organizações Não-Governamentais da Mata Atlântica reconhece ações do governo Lula na área ambiental. "A rede parabeniza o trabalho da Polícia Federal, do Ministério do Meio Ambiente e da direção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) na ação contra a corrupção e a ação de madeireiros, principalmente no Estado do Mato Grosso", diz a carta.

A RMA também reconhece os avanços institucionais na conservação do bioma e o esforço de instituições de controle ambiental em discutir estratégias conjuntas de fiscalização e planejamento no país.

A carta propõe ainda ao Ministério do Meio Ambiente a criação de novas unidades de conservação no sul e extremo sul da Bahia e pede a suspensão da licença prévia do Ibama referente ao projeto de transposição do rio São Francisco, por ser, segundo a instituição, "considerada irregular devido à inconsistência e à fragilidade do Estudo de Impacto Ambiental".

Segundo Coffani, é possível que a carta ainda não tenha chegado às mãos do presidente, mas a associação está confiante em que, ao ler a carta, Lula busque aprofundar as ações para preservação do meio ambiente e manter um canal de diálogo com a associação. "Se não tivermos um retorno positivo, vamos continuar nos manifestando", finalizou.

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