Receita de carbono

Usinas produtoras de açúcar e álcool estão ganhando dinheiro com a venda de créditos de carbono, de acordo com as recomendações do chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), embutido no Protocolo de Kyoto, acordo estimulado pela ONU para diminuir, até 2014, a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Como a maioria das usinas atua em co-geração de energia a partir da biomassa, com a queima do bagaço da cana, elas têm facilidade de conquistar investidores nacionais e estrangeiros interessados no comércio de créditos de carbono. Os projetos em andamento no país têm o potencial de redução de emissão de gases poluentes estimado em 2,5 milhões de toneladas de carbono por ano.

O governo português criou um fundo para a compra de créditos de carbono gerados no Brasil, antecipando a disposição de investir aqui até um bilhão de euros, segundo noticiou o jornal Valor Econômico.

Consultores a serviço do referido fundo começaram a analisar vários projetos visando à assinatura de futuros contratos, priorizando de início dois frigoríficos, duas usinas de açúcar e álcool e três fazendas de confinamento de bovinos, totalizando créditos de 1,8 milhão de toneladas de carbono.

A venda de créditos de carbono é uma das invenções mais criativas desse começo de século, porquanto uma usina de porte médio, por exemplo, pode faturar em torno de R$ 200 milhões por ano. O mercado é dos mais promissores.

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