Qualidade dos pescados não pode ser avaliada pela balneabilidade

O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) esclarece que resultados da balneabilidade das praias, divulgados semanalmente, não podem ser utilizados para avaliação da qualidade dos pescados. A metodologia utilizada pelo instituto em laboratório visa indicar apenas os riscos para as atividades de contato primário como banho de rio, mar, natação e mergulho onde há a possibilidade de ingestão de água ou contato com os olhos e ouvidos.

?As análises demonstraram historicamente que a partir de 250 metros do ponto coletado a contaminação dilui a ponto de não comprometer a saúde humana o que também inclui os organismos aquáticos?, explicou o presidente do IAP, Rasca Rodrigues.

Este esclarecimento foi apresentado por técnicos do IAP a cerca de 100 pescadores e veranistas que possuem casas no balneário Barra do Saí, município de Guaratuba. Os pescadores da Barra do Saí pedem que o IAP retire a barraca vermelha que sinaliza como local impróprio o Rio Saí por temerem que a divulgação do ponto reduza as vendas de pescados na região.

?A pesca é fator de subsistência na região e a dúvida destas pessoas é compreensível. O peixe comercializado pelos moradores é pescado em mar aberto, distante da área avaliada pelo IAP e, ainda, na cabeceira do rio onde o local ainda não recebeu a carga de esgotos dos balneários vizinhos?, informou o diretor de Estudo e Padrões Ambientais do IAP, Celso Bitenccurt, que participou da reunião.

Já o engenheiro de pesca Taciano Maranhão, chefe do Centro de Psicultura do IAP em Toledo, explicou que os peixes migram constantemente para diversos espaços marítimos o que reduz ainda mais a possibilidade de contaminação. ?Apenas o ato de lavar o pescado com água corrente e clorada antes do consumo como medida de precaução é suficiente para evitar qualquer tipo de contaminação. É um ato que deve ser realizado independente da análise da balneabilidade?, afirmou Taciano.

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