Púlpito eleitoral

O vice-presidente José Alencar, nos últimos tempos, tem-se esforçado ao máximo para fazer surpresas. Algumas essencialmente desagradáveis e inesperadas, além da carga de dúvida despertada pelo comportamento burlesco do poderoso industrial mineiro, o segundo homem da República.

Alencar anunciou a assinatura de filiação no Partido Municipalista Renovador (PMR), canal aberto pelo bispo Edir Macedo com o objetivo de abrigar a bancada evangélica antes aninhada no PL de Valdemar Costa Neto. O senador Marcelo Crivella (RJ), eleito em função da exagerada exposição na Rede Record, também migrou para o novo partido.

Macedo havia insinuado anteriormente não só a formação do partido, mas a intenção de fazer a nova sigla entrar na disputa pela Presidência da República. É notório o assanhamento de José de Alencar pela presidência, de modo que a equação fica a depender somente da decisão a sair do recôndito pensamento do autoproclamado pastor do rebanho universal.

Quem assegura que a mosca azul não esteja zumbindo em suas próprias orelhas? Afinal, de um homem que construiu um império religioso em tão pouco tempo, malgrado os rumores sobre o emprego de métodos incompatíveis com a conduta de legítimo líder espiritual, pode-se aguardar quaisquer atitudes.

A incógnita reside no ingresso de Roberto Mangabeira Unger e Rafael de Almeida Magalhães no citado partido. Aí, sim, a verdadeira taça do vinho fermentado de Babilônia… 

Voltar ao topo