PT ultrapassa PSDB como maior partido da Assembléia de SP

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) ainda não divulgou o resultado oficial da eleição para a Assembléia Legislativa de São Paulo, com os nomes dos deputados eleitos.

O que existe até agora são estimativas, cálculos feitos por analistas dos partidos, baseados números divulgados até hoje à noite. E eles indicam mudanças importantes na composição partidária da Assembléia que toma posse no início do próximo ano.

O PSDB, que era, separadamente, o partido com a maior bancada naquela casa, será ultrapassado pelo PT, que deve eleger 23 deputados – número bem maior do que os 14 eleitos em 1998. O partido dos tucanos terá 18 cadeiras, contra as 21 da eleição passada.

Em termos relativos, a organização partidária que mais cresceu nesta eleição foi o Partido Verde. Tinha um deputado e agora terá cinco, de acordo com os primeiros cálculos. Devem tomar posse no início do ano os deputados verdes Luís Carlos Gondin, Paulo Neme, Afonso Lobato, Giba Marson e Ricardo Carvalho.

O PSB também teve crescimento significativo. Deve triplicar sua bancada, passando de 2 para 6 deputados.

Entre os partidos cujas bancadas devem encolher destaca-se o PMDB: terá quatro deputados, metade da bancada atual. Se confirmado esse fato, ele servirá para dar mais crédito às opiniões de que o partido estaria sendo engolido pelo PSDB.

Destino semelhante tiveram o PFL, que passará de 11 para 6 parlamentares, e o PL, que corre o risco de ficar sem nenhum parlamentar na próxima legislatura.

O PPB, do ex-prefeito Paulo Maluf, sofreu um pequeno revés. Deve passar de 11 para 10 deputados.

Na opinião dos analistas dos partidos, o desempenho dos candidatos à Presidência influiu na eleição para o legislativo estadual. De acordo com essa interpretação, o crescimento do PSB estaria relacionado ao relativo sucesso eleitoral de Anthony Garotinho, especialmente na reta final da campanha.

Por esse mesmo viés, Ciro Gomes teria frustrado as expectativas de um grande crescimento da bancada formada pelos partidos da Frente Trabalhista – PPS, PTB e PDT.

Os líderes do PTB esperavam eleger mais deputados do que os seis que conseguiram. O PDT perdeu espaço em relação à eleição de 1998: baixou de 7 para 4 deputados. E o PPS, o partido ao qual Ciro está filiado, cresceu de 3 para 5.

Mas o caso que provocava mais comentários hoje era o do Prona – o pequeno partido de onde saiu a deputada mais votada desta eleição, a doutora Havanir. Com quase 680 mil votos, ela deve puxar para a Assembléia outros três integrantes de seu pequeno partido, cujos votos, somados, não chegam a 24 mil.

Na opinião do deputado Afanásio Jazdji (PFL), que deve se reeeleger com a terceira maior votação deste ano, em torno de 157 mil votos, o caso do Prona torna mais evidente do que nunca a necessidade da reforma partidária.

“Há o risco de o Prona ter direito a um número maior de candidatos do que aquilo que possui, o que é um absurdo”, disse Jazadji, referindo-se ao caso da doutora Havanir e ao do doutor Enéas, o campeão de votos na eleição para a Câmara dos Deputados.

“Por outro lado, partidos a respeito dos quais ninguém nem ouviu falar, como o PGT e o PHS, vão ter direito a um deputado.”

Ainda segundo o parlamentar, Ao analisar os resultados preliminares da votação, o presidente estadual do PSDB, Edson Aparecido, ressaltou como fato positivo o crescimento dos pequenos partidos, como o PV e o PSB. “Isso dará mais oxigênio à Assembléia”, diz ele. “Em outras palavras, trará um grau de representatividade maior do que o atual.”

Aparecido também ressaltou que, embora o PSDB tenha feito menos deputados que na eleição anterior, deve continuar com a mesma força, se for considerada a atuação vinculada que vem tendo com o PFL. No total, os dois partidos devem somar 25 deputados. O que é o mesmo número que o PT terá, quando somar seus votos ao do PC do B, seu tradicional aliado.

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