O PSDB é o grande vitorioso do segundo turno das eleições municipais, com a conquista de cinco capitais – São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Teresina e Cuiabá. O segundo lugar ficou com o PT que elegeu os prefeito de três capitais – Vitória, F ortaleza e Porto Velho. Ao ganhar capitais expressivas e impor derrotas ao PT, o PSDB estabelece um contraponto ao sucesso dos petistas no 1º turno, quando o PT ganhou seis capitais e os tucanos não venceram em nenhuma.
O resultado reforça a polarização entre os dois partidos que serão os principais adversários na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva daqui a dois anos, em 2006.
O PT e o PSDB estiveram em confronto direto em 10 cidades neste 2º turno, sendo quatro capitais. Nestas, os tucanos venceram em três (São Paulo, Curitiba e Cuiabá), enquanto o PT elegeu o prefeito de Vitória. Nas outras seis cidades, o PT teve o melhor d esempenho e venceu em Cariaca (ES) Contagem (MG), Osasco (SP), Santo André (SP), enquanto o PSDB foi o vitorioso apenas em Ponta Grossa (PR). Em Diadema (SP), o PT também foi o vencedor .
“O resultado mostra um equilíbrio de forças entre PT e PSDB. O eleitor distribuiu os votos para não criar uma única força hegemônica”, disse a cientista política Lúcia Hipólito, referindo-se a dois fatos: o governo federal é do PT do presidente Lula e o partido foi o grande vitorioso do 1º turno. Para ela, as eleições municipais funcionam como “freio de arrumação” do jogo político.
Com o resultado das urnas, a cientista espera que o governo Lula passe a dialogar e negociar com governadores e prefeitos de oposição para garantir a aprovação da agenda legislativa do PT no Congresso Nacional.
A mudança de atitude do governo Lula viria em consequência das expressivas derrotas que o partido sofreu. Além da emblemática derrota em São Paulo, cidade natal das principais lideranças do partido, o PT perdeu Porto Alegre, onde estava no poder há 16 anos. Não conseguiu reeleger o prefeito de Goiânia nem a prefeita de Belém e perdeu também em Curitiba. Ao perder para a oposição os principais colégios eleitorais do País, fica em posição fraca no eixo Sul-Sudeste. Com exceção de Belo Horizonte e Vitória, os petistas vão governar capitais menores, do eixo Norte-Nordeste.
No cômputo geral, somados os resultados do 1º e 2º turnos, o PT elegeu 9 prefeitos de capitais (além de Vitória, Fortaleza e Porto Velho, venceu em Aracaju, Belo Horizonte, Macapá, Palmas, Recife e Rio Branco). Em segundo lugar, vem o PSDB com as 5 vitór ias desse 2º turno – São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Teresina e Cuiabá. O PSB e o PDT dividem o terceiro lugar, com três capitais cada um que são, respectivamente: Manaus, Natal, João Pessoa e Salvador, Maceió e São Luís. O PPS elegeu prefeitos de d uas capitais: Porto Alegre e Boa Vista. O mesmo desempenho teve o PMDB, com Goiânia e Campo Grande. O PTB fez o prefeito de Belém e o PFL conquistou a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.
Desses resultados, a única surpresa foi a derrota de Amazonino Mendes (PFL) em Manaus, para Serafim Correa, do PSB. Embora fosse tido como o provável vitorioso pelos analistas, Amazonino teve 48,32% dos votos válidos contra 51,68% dados a Correa. A outra surpresa veio de Salvador. A vitória de João Henrique (PDT) era mais do que esperada contra César Borges (PFL).
Mas a diferença de votos entre os 74,69% de Henrique e os 25,31% de Borges, que é de 49,38 pp, foi estonteante e uma derrota mais do que amarga para o padrinho de Borges, Antonio Carlos Magalhães.
Neste 2º turno, o PT foi novamente o partido mais votado recebendo 32,44% dos votos válidos, contra o PSDB que repetiu o segundo lugar do turno anterior, com 30,11 dos votos válidos, apurados 94,62% dos votos. No 1º turno, os petistas tiveram 17 15% dos votos válidos, enquanto o PSDB que ficou em segundo lugar, com 16,54%. Mas o campeão em número de prefeituras é o PMDB que elegeu 1.048 prefeitos que correspondem a 14,96% dos eleitores.