A campanha eleitoral foi marcada esta semana em Santa Catarina pelo racha ocorrido no PMDB sobre manter ou não o apoio ao presidenciável José Serra (PSDB). Como havia prometido semana passada, o partido se negou a receber o tucano na visita de sábado ao Estado, uma vez que o presidenciável resolveu que subiria nos palanques dos dois maiores adversários, Luiz Henrique da Silveira (PMDB-PSDB) e Esperidião Amin (PPB-PFL).
Depois da visita, o senador e candidato à reeleição Casildo Maldaner, presidente licenciado do PMDB no Estado, retirou seu apoio ao tucano e declarou voto ao petista Luiz Inácio Lula da Silva. Com a atitude, o senador agradou aos inconformados com a falta de fidelidade de Serra à aliança PSDB-PMDB – como algumas lideranças do partido no Oeste, Alto Vale do Itajaí, Planalto Serrano e Vale do Rio Tijucas -, mas foi duramente criticado pelos adversários.
Luiz Henrique tratou logo de anunciar a manutenção do apoio a Serra, “por uma questão de disciplina partidária e em respeito à coligação com o PSDB”. O governador Esperidião Amin aproveitou para tachar o repúdio dos peemedebistas ao seu encontro com Serra e à decisão de Maldaner como atitudes de ciúmes e traição.
As últimas pesquisas também ditaram algumas mudanças nos rumos da campanha no Estado. A própria atitude do senador Maldaner seria decorrente dos números, já que foi ultrapassado por seu companheiro de chapa, Leonel Pavan (PSDB), tanto no levantamento do Ibope quanto no do Instituto Mapa, caindo para terceira posição e ainda tendo o pepebista Hugo Biehl na sua cola.
Os números também incomodaram Amin, que agora dedica-se exclusivamente à campanha, para tentar garantir a reeleição no primeiro turno. Apesar de ainda liderar as amostragens, a diferença entre ele e Luiz Henrique caiu bastante. De acordo com o Ibope, semana passada Amin tinha 49% das intenções de voto contra 23% para Luiz Henrique. Na última pesquisa, de domingo (22), o governador ficou com 46% e o peemedebista subiu para 27%.