Propostas alternativas podem reduzir problemas do lixo na Grande Curitiba

Diversas propostas de transformação do lixo domiciliar produzido na Curitiba e região em energia e novos materiais, por meio de processos como gaseificação, combustão, compostagem e pré-hidrólise, foram apresentadas por especialistas no Seminário Alternativas Tecnológicas para a Destinação Final dos Resíduos Sólidos Domiciliares na Região Metropolitana de Curitiba, nesta semana.

Promovido pela Secretaria do Desenvolvimento Urbano e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), o seminário foi mais um passo na busca de uma solução para o problema. ?Buscamos uma posição clara do que fazer com o lixo para, a partir dos próximos meses, iniciarmos a implantação da melhor alternativa, além da reciclagem e da definição de uma área para a eventual construção de um novo aterro sanitário?, disse o secretário Forte Netto.

?Até o final do ano?, acrescentou, ?precisamos de uma definição exata do que fazer, bem como uma análise das fontes dos recursos, porque não dá para esperar mais?. Para o diretor-presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, há urgência de se chegar a uma posição, já que a região produz diariamente 2.400 toneladas de lixo. Segundo ele, Curitiba e os outros 13 municípios que usam o Aterro da Caximba precisam de uma solução rápida, porque a vida útil do aterro termina em dois anos e meio.

A intenção da Secretaria e da Comec, de acordo com Forte Netto, é, ?em princípio, transformar a Grande Curitiba num grande parque de coleta seletiva e de tecnologia de tratamento dos resíduos sólidos de toda a região?.

Gaseificação e termodestruição

O professor de Engenharia Mecânica e doutor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcos Carvalho Campos, apresentou uma proposta que está em fase de implantação na universidade que é uma Usina de Reaproveitamento Energético de Resíduos por meio do método de gaseificação. ?Através de um reator nós vamos transformar sólidos em gás, aplicando vapor de água e oxigênio para gerar energia que poderá ser vendida para as indústrias em geral fazendo com que a usina se pague em pouco tempo?, explicou, acrescentando que tudo será feito com menor consumo de energia e maior reaproveitamento do calor gerado.

Já o professor doutor Haroldo Ponte, chefe do Laboratório de Tecnologia Ambiental do Departamento de Engenharia Química da UFPR, e o professor titular visitante do mesmo departamento, Vsévolop (Seva) Mymrine, propuseram a utilização de cinzas e escorias para a produção de materiais de valor. ?Nosso trabalho implica na termodestruição de vários tipos de resíduos juntos, sendo transformados em novos materiais e criando subprodutos de alto valor comercial, como materiais de construção civil para pavimentar estradas, o que já acontece na Rússia há 30 anos, sendo 15 vezes mais barato e ainda mais resistente?, informou o professor Ponte.

Pré-hidrólise, compostagem e plasma

O gerente assistente da Coordenação Institucional do Meio Ambiente da Copel, Noel Levy, falou do processo da pré-hidrólise, que é a decomposição da matéria orgânica presente no lixo através da ação de ácidos. Após a reação, a matéria vira um produto homogêneo em forma de pó. ?Trata-se?, segundo ele, ?de um combustível de alto poder calorífico que pode ser usado posteriormente para gerar energia?. Levy disse que ?o processo livra os aterros sanitários da grande massa de lixo e dá a ele uma destinação nobre?.

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