O trabalho dos cortadores de cana-de-açúcar será incluído entre as atividades consideradas perigosas pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5452/43) caso o Projeto de Lei 6692/06, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), seja aprovado pelo Congresso. A medida altera a CLT para incluir o corte da cana entre os trabalhos que devem receber adicional de periculosidade.
O autor destaca as péssimas condições de trabalho da categoria, em que o trabalhador permanece sob o sol com uma vestimenta composta de botina, perneiras de couro até o joelho, calças de brim, camisa de manga comprida, luvas de couro, lenço no rosto e chapéu. A situação faz com que os trabalhadores suem abundantemente e percam muita água e sais minerais, o que leva à desidratação e à freqüente ocorrência de câimbras.
Dificuldades
Vicentinho cita pesquisa segundo a qual um trabalhador, ao cortar 6 toneladas de cana por dia, despende cerca de 183.150 golpes nesse período. Mesmo que o trabalho seja restrito a uma área de 200 metros de comprimento por 8,5 metros de largura, esse trabalhador caminha cerca 4,4 mil metros diariamente. Além de andar e golpear a cana, o cortador tem que amontoar e carregar as 6 toneladas da planta.