Produtos industriais pressionam IGP-M

Rio de Janeiro ? Os produtos agrícolas no atacado, que mostraram forte desaceleração (-1,27%), tanto no segmento “in natura (hortaliças e frutas), como no relativo a grãos (arroz e milho) e nos produtos de origem animal, entre os quais carnes bovinas e leite, contribuíram para a inflação de 0,69% apurada em fevereiro pelo Índice Geral de Preços do mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas, contra 0,88% em janeiro.

O coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, lembrou que, em contrapartida, os produtos industriais no atacado continuaram a subir, reforçando a preocupação já mencionada pelo Banco Central na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que isso possa no futuro comprometer o atingimento da meta de inflação. Esse ainda é um ponto de interrogação, disse Quadros em entrevista à Agência Brasil, no Rio de Janeiro.

A FGV constatou que a alta nos produtos industriais dentro do Índice de Preços por Atacado-IPA resultou ainda do repasse de reajustes de matérias-primas, iniciado em janeiro, captando ainda os efeitos da mudança da Cofins. Esses efeitos são porém transitórios, segundo analisou o economista, que espera para março IGPs menores.

Em relação ao Índice de Preços ao Consumidor-IPC, que recuou de 0,84% em janeiro para 0,53% em fevereiro, os destaques são os grupos Alimentação e Educação, Leitura e Recreação, cujos preços caíram de 1,57 e 2,27% para 0,67% e1,74%, respectivamente.

Salomão Quadros afirmou que no varejo haverá mais desacelerações à frente. “O resíduo captado no grupo Educação vai desaparecer e o efeito de queda dos alimentos no atacado deve ser sentido em parte no varejo”,disse ele. Com isso, o prognóstico é de que o IPC de março será menor.

Já no atacado, não há certezam por enquanto, do comportamento dos preços devido à dúvida quanto ao tempo de duração do fôlego de alta na indústria. Quadros afirmou, entretanto, que com o IPC menor, haverá continuidade do movimento de desaceleração do IGP-M.

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