Produtores de mel do Paraná se organizam para ampliar produção

A organização da Federação Paranaense dos Apicultores para o fortalecimento da produção de mel do Estado foi o principal tema debatido no III Encontro Estadual de Apicultura, realizado nesta sexta-feira (29) na Emater-PR, em Curitiba. Durante todo o dia, lideranças de entidades de produtores debateram a fragilidade da organização, situação que abre espaço para a falsificação de mel e derivados.

Uma das preocupações do secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, é promover a valorização da produção de produtos apícolas porque o setor representa uma garantia de renda, preservação do meio ambiente e a diversificação da propriedade para a Agricultura Familiar.

É com a preocupação da inclusão familiar no campo que a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento está empenhada em reorganizar o setor, que vem enfrentando problemas de sanidade e da falta de inspeção sanitária. De acordo com o médico-veterinário da Secretaria da Agricultura, Roberto Carlos Prazeres de Andrade Silva, esses problemas serão solucionados com mais facilidade se houver uma organização forte do apicultor em torno de associações de produtores e federação.

Com isso, a apicultura se fortalece e o produtor paranaense poderá exportar o mel, aproveitando o momento favorável de valorização do produto no mercado externo. Para o presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Correia Cunha, a maior barreira no exterior para o mel, atualmente, é a sanidade e a falta de certificação de origem. Ele lembra que duas doenças ameaçam a produção brasileira: a Loque Americana (Cria Pútrica Americana) e a Nosema Cerania. ?Essas doenças causam sérios prejuízos aos apiários?, afirmou Cunha.

O presidente da CBA disse que os produtores devem se informar a respeito dessas doenças, participando de cursos e palestras. Ele destaca que o apicultor precisa aprender a identificar os sintomas dessas doenças. ?Quando elas aparecem é preciso comunicar o caso para o pessoas da Associação ou do Núcleo da Seab?, avisou.

Atualmente o Paraná produz em torno de 5 mil toneladas de mel por ano, que corresponde ao terceiro Estado produtor no País. Isso significa perda de produção, uma vez que o Paraná já foi considerado o segundo Estado produtor de mel no País. Segundo Andrade Silva, contribui para essa queda de produção a falta de profissionalização do produtor. ?São poucos os produtores que manejam adequadamente suas colméias?, afirmou.

Andrade Silva acredita que dos 30 mil produtores de mel existentes no Estado, são pelo menos 10 mil que podem ser chamados de apicultores, ?que realmente fazem o manejo de suas colméias?, disse.

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