Produção industrial registra desenvolvimento desigual nos estados

Rio de Janeiro – O crescimento da indústria no primeiro trimestre aponta para a continuidade da recuperação econômica do setor: 3,8%, na comparação com igual período em 2006. Mas o índice, que faz parte da Pesquisa Regional da Produção Industrial divulgada nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), também demonstra a disparidade de desenvolvimento entre os estados e regiões.

Dos 14 estados pesquisados, dois registraram índices negativos no trimestre: Amazonas (-2,5%) e Ceará (-4,2). O Rio de Janeiro ficou em antepenúltimo lugar, com 1,5% de crescimento ? no trimestre anterior, o índice foi de 0,1%. O Paraná lidera, com 8% de crescimento, seguido de Goiás (6,5%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Espírito Santo (6,4%). Já no estado de São Paulo, que concentra 43% da produção industrial brasileira, o crescimento foi de 2,9%.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, a economista Isabela Nunes Pereira, 75% do que é produzido pelas indústria são consumidos no mercado interno, o que demonstra a recuperação no poder de compra dos consumidores brasileiros: ?Observa-se um aumento de produção, na medida em que existe um aumento de renda e de um ganho da inflação, principalmente sobre os produtos alimentícios?, disse.

Na média nacional, o setor de alimentação cresceu 4,8% no primeiro trimestre, comparado aos primeiros três meses de 2006. Nesse segmento estão os alimentos produzidos para consumo interno e também para exportação. Nos estados da região Sul, os índices foi de 5,7% (RS), 7% (SC) e 7,1% (PR). Nos do Nordeste, a produção industrial ligada à alimentação  atingiu 9,1%. E em São Paulo, 7,4%.

A economista do IBGE também destacou o resultado expressivo do setor de bens de capital (equipamentos e máquinas usados na fabricação de outros produtos), com 14,8% de crescimento.

A pesquisa aponta que desde o segundo trimestre de 2006, quando caiu a 0,9%, a produção industrial vem crescendo: 2,8% no terceiro trimestre; 3,2% no quarto e, agora, 3,8%. No primeiro trimestre do ano passado o índice foi de 4,6%.

De acordo com Isabela Nunes Pereira, a irregularidade dos últimos anos ? 2,7% em 2002; 0% em 2003; 8,3% em 2004 e 3,1% em 2005 ? reflete a adoção de políticas mais consistentes voltadas para a economia como um todo. Entre essas, ela citou o controle inflacionário e a expansão da base de crédito, o que permitiu aumento no consumo, principalmente de bens duráveis.

A pesquisa completa pode ser conferida no endereço eletrônico do IBGE (www.ibge.gov.br).

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