A Previ, maior fundo de pensão do Brasil, acumulou nos últimos quatro anos um superávit de R$ 34,8 bilhões. Segundo o presidente da Previ, Sérgio Rosa, os ganhos obtidos nas aplicações em renda variável foram responsáveis pelo crescimento de 84% no superávit da fundação em 2006, que somou R$ 15,9 bilhões.
O setor, que responde hoje por 63,7% do patrimônio do fundo, registrou uma rentabilidade de 47,1% no ano passado, batendo de longe a meta atuarial de 9% e também o principal índice da Bolsa Valores de São Paulo (Bovespa), o Ibovespa, que fechou 2006 com valorização de 32,9%.
Além da alta na bolsa, Rosa lembrou que os investimentos em renda variável foram beneficiados por uma revisão de R$ 8 bilhões no valor das participações acionárias no bloco de controle da Companhia Vale do Rio Doce e na holding de energia 521. Somente o valor da mineradora engordou os ganhos em renda variável em R$ 5 bilhões. O valor, porém, não incluiu a compra da canadense Inco, segundo maior produtora de minério de ferro do mundo. Com isso, a expectativa é de que uma nova valorização do ativo seja contabilizada no balanço da fundação este ano.
Anualmente, a Previ contrata uma empresa para avaliar o valor de suas participações em empresas, onde não tem o controle direto, como é o caso dessas duas companhias. Em 2006, a Previ se desfez de cerca de R$ 3 bilhões em participações acionárias e a expectativa é de que essa média se repita este ano.
Rosa explica que a venda tem como objetivo tentar enquadrar a Previ nas regras brasileiras, que determinam um limite de 50% para os investimentos dos fundos de pensão em renda variável. Hoje, esse segmento representa 63,7% do patrimônio da Previ. Mas Rosa é taxativo ao afirmar que esse não é um problema que preocupe muito o fundo, que vem obtendo elevados ganhos em renda variável nos últimos anos.
Outro segmento que é visto com bons olhos é o imobiliário, que em 2006 rendeu 19,2% e chegou a cifra de R$ 2,9 bilhões. "Vemos o aquecimento muito grande no setor imobiliário particularmente pela queda dos juros, que melhora capacidade de financiamento", disse.
Em 2006, o patrimônio da fundação chegou a inédita cifra de R$ 106 bilhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. Sozinha a Previ responde por quase um terço do patrimônio dos fundos de pensão brasileiros, que alcançou no ano passado R$ 374 7 bilhões.