Pretrobras discute preço do gás boliviano mês que vem

O presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, afirmou nesta segunda-feira (21) que a próxima reunião de representantes da empresa com a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) para discutir o preço do gás natural está marcada para dia 14 de setembro.

O executivo mostrou-se irritado com notícias divulgadas recentemente afirmando que a Petrobras já trabalha com a possibilidade de reajuste no preço do gás boliviano. "O grupo que discute preços continua se reunindo. O que se tem de certo é que há duas semanas a YPFB e a Petrobras acordaram em estender a negociação por mais 60 dias e a próxima reunião será em 14 de setembro", enfatizou.

O presidente da Petrobras lembrou que a estatal brasileira lançou mão da mesma cláusula do contrato que permite o questionamento da fórmula de preços em 2003. A solicitação de revisão, entretanto, foi recusada pelo comitê gestor. "A Bolívia está fazendo exatamente o mesmo agora." Conforme Gabrielli, os três grupos de discussão das relações entre Brasil e Bolívia – de produção, refino e condições regulatórias – não se reúnem desde junho.

GNL

A GasLocal, empresa constituída pela Petrobras e pela White Martins para transportar e vender o gás natural liquefeito (GNL) produzido na primeira planta de liquefação de gás natural do País, já firmou contratos de fornecimento com as concessionárias Gasmig (MG), Goiasgás (GO) e CEBgás (DF).

A unidade, que inclui a planta de liquefação, recebeu investimentos da ordem de US$ 50 milhões e iniciou a fase operacional há duas semanas. Ela é operada pela White Martins a partir do gás boliviano entregue pela Petrobras. O gás é transformado em líquido e transportado em caminhões até os clientes, onde é regaseificado.

De acordo com o presidente da White Martins, Domingos Bulus, o GNL deve custar entre 25% e 30% mais que o gás boliviano entregue via gasodutos. "Os preços variam de acordo com a distância e em razão do capital investido", afirmou, durante cerimônia de inauguração da planta de liquefação, em Paulínia (SP), que também contou com a presença do diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, além do presidente da estatal.

A Petrobras detém 40% do capital da GasLocal, enquanto a White possui os demais 60%. A empresa tem capacidade para liquefazer 380 mil metros cúbicos de gás natural por dia, utilizando equipamentos com índice de nacionalização de 72%.

De acordo com Sauer, a Petrobras já planeja ampliar a GasLocal. "Já estamos estudando duplicar a capacidade aqui em Paulínia, uma vez que o investimento não será tão grande quanto o inicial" afirmou. Ele lembrou ainda que o GNL pode ser estocado, servindo de alternativa para abastecer clientes que já contrataram o gás natural entregue pela Petrobras, dada a limitação atual de capacidade do GasBol, que é de 30 milhões de metros cúbicos por dia para o Brasil.

Sauer comentou que a Petrobras também avalia a implantação de outras unidades de liquefação de gás natural, similares à de Paulínia, porém ainda não definiu prazos ou sócios. "A Petrobras estuda outras plantas, mas isso não está no planejamento estratégico. Tanto podemos fazer com a White Martins quanto com uma empresa alemã, que também demonstrou interesse no projeto.

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