Presos do PCC no Rio Grande do Sul recusam delação premiada

A Polícia Federal ofereceu a alguns integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) presos em Porto Alegre benefícios de redução de pena por delação premiada para obter mais informações sobre os planos e as ramificações da organização. "Mas ninguém aceitou", revelou o delegado Ildo Gasparetto, que comanda as investigações na capital gaúcha.

A PF prendeu na sexta-feira 26 membros do PCC que cavavam um túnel para chegar ao cofre da sede do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e de uma agência da Caixa Econômica Federal. Agora, a polícia procura saber quais as ramificações que o grupo tinha no Estado.

Um dos passos da investigação será ouvir funcionários dos dois bancos em busca de pistas sobre possíveis cúmplices do roubo que foi evitado. "Não há dúvida de que o grupo conhecia o roteiro da escavação", ressalta Gasparetto. Falta descobrir como o PCC obteve informações sobre localização dos cofres e sistema de alarme dos bancos.

Nesta segunda-feira (4), a polícia localizou o final do túnel sob o piso de um prédio em frente ao Banrisul e usado como garagem pelo Banco do Brasil. Os policiais descartam que as instalações do BB estivessem entre os alvos do bando, porque não continham depósitos para dinheiro, apenas serviam de apoio para os veículos que transportam cheques. A descoberta contou com o auxílio de quatro técnicos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que usaram um aparelho de sondagem por reflexão de ondas magnéticas para detectar a parte oca sob o solo.

Os 26 presos pela Operação Facção Toupeira no Rio Grande do Sul permanecem na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas. A Polícia Federal aguarda a decisão da Justiça para saber para onde enviar o grupo. É possível que uma parte siga para Fortaleza e outra para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.

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