Quebra de protocolo, comemoração de aniversário, irreverência, brincadeiras e cobranças marcaram a abertura, nesta quinta-feira (27), do 33° Congresso Brasileiro das Agências de Viagens e Feira das Américas ? Abav 2005, que acontece no Rio de Janeiro de 26 a 30 de outubro e é considerado o maior evento de turismo do continente americano com a presença estimada de 700 expositores, 36 delegações estrangeiras e um público visitante de cerca de 20 mil pessoas.
Depois que a cantora Fafá de Belém cantou o Hino Nacional, o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abav), João Martins Neto, pediu que ela ficasse no palco para homenagear o presidente Lula que hoje, 27 de outubro, faz 60 anos. A platéia que ocupou mais de 90% dos 2 mil e quinhentos lugares do auditório fez coro no ?Parabéns para Você?.
Depois da homenagem, a cobrança. O presidente da Abav dividiu o discurso em dez mandamentos e na maior parte deles, cobrou mudanças na legislação para garantir melhores condições para as micro e pequenas empresas, que respondem por 85% do setor ?Precisamos ter coragem para mudar as leis e exigir qualidade dos serviços?, disse ele.
João Martins Neto citou o Proagência, convênio celebrado com o Sebrae Nacional, como uma iniciativa importante para mudar o perfil das empresas que operam no setor que precisam de gestão profissionalizada, capacidade de inovação, acesso a financiamento e menos burocracia. ?Esta parceria com o Sebrae vai permitir aumento de qualidade dos serviços prestados. Profissionalização será sempre a nossa palavra mágica?, disse o presidente da Abav.
Brasil precisa mostrar-se ao mundo
?O Brasil nunca esteve em um momento tão privilegiado como este em que consegue resultados expressivos com a exportação e crescimento do mercado interno e registra crescimento sem a contrapartida da inflação, e o turismo tem um papel importante a desempenhar, disse o presidente Lula. Ele também afirmou que os agentes de viagem estão colhendo os frutos de um planejamento que começou com a definição do plano de metas elaborado pelo Ministério do Turismo.
?Este ano recebemos quatro milhões e setecentos mil turistas, o que representa um aumento de 26% em relação a 2002. Estes resultados mostram a competência do trabalho realizado pelos setores público e privado?, acrescentou o presidente da República. Bem humorado e recorrendo ao improviso, Lula divertiu a platéia ao dizer que ?o turismo tem que ser tratado como se fosse a Miss Brasil?. O setor é considerado determinante pelo presidente que ressaltou o potencial extraordinário do País para atender as expectativas dos visitantes que cada vez mais procuram destinos diferenciados e diversidade cultural.
?Foi importante definir o turismo como indústria. Dessa forma, o setor deixou de sobreviver apenas de iniciativas isoladas e começou a contar com a parceria efetiva do governo federal na elaboração de um plano a longo prazo. ?O Brasil tem um potencial extraordinário e precisa se mostrar para o mundo porque os defeitos os nossos competidores mostram, mas as virtudes cabem a nós. Afinal, ninguém se casa com quem não conhece?, disse o presidente provocando risos na platéia. A meta do governo federal é gerar US$ 60 bilhões com geração de divisas e atrair pelo menos nove milhões de visitantes até 2007.
Da abertura do encontro também participaram o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, representantes do Congresso Nacional, do governo de outros estados, prefeituras e ministros do Turismo de vários países. O discurso adotado por todos é que o Brasil está na moda e precisa aproveitar o momento para se firmar como uma rota atraente no mercado turístico internacional.