Presidente inaugura novo estilo de reforma ministerial

Brasília (AE) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou um novo estilo de reforma ministerial. Faz uma por ano. Com isso, vai queimando quadros importantes do PT e de partidos aliados. Na primeira, em janeiro do ano passado acabou torrando Benedita da Silva (Assistência Social), Cristovam Buarque (Educação) e José Graziano (Segurança Alimentar e Combate à Fome). Nesta que deverá fazer no início do ano, Lula já chamuscou o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, pois ofereceu a sua vaga simultaneamente para o PP e para o PMDB embora agora tenha dado garantias ao PC do B de que vai mantê-lo no cargo.

Como todos os que ocupam cargos no Executivo e que desejarem ser candidatos no ano que vem têm de sair até abril, Lula fará uma nova reforma ministerial no início de 2006. Completará seus quatro anos de mandato com quatro ministérios, se não muito diferentes, pelo menos bastante diversos daquele que escolheu em dezembro de 2002 e que anunciou como se fosse a própria seleção brasileira de futebol, "um time de craques".

"Acho que as mudanças ministeriais são normais em qualquer governo. É o presidente da República que decide quem vai convidar, a hora em que vai fazê-lo e quem vai afastar", diz o presidente do PT, José Genoino. Para ele, o hábito de Lula de fazer uma reforma ministerial no início de cada ano não atrapalha o governo. "O certo é que com o ministério você constrói uma base de apoio maior, faz os ajustes que tem de fazer e assim vai tocando a máquina, verificando entrosamentos e afinidades." Genoino afirma que o governo e o PT sabem que este ano será decisivo. "Não para a eleição de 2006, porque isso é outra coisa, mas para consolidar o desenvolvimento, a entrada de investimentos, a geração de empregos. É preciso que 2005 dê certo para que 2006 também possa dar."

Por isso, na sua opinião, o presidente vai montar o ministério que lhe garanta a governabilidade e uma base de sustentação coesa e forte no Congresso. Importante, diz ele, é que o PT hoje sabe que o governo tem de ter margem para fazer as nomeações que garantam a existência da base. Portanto, o partido não vai atrapalhar nada. "No PT, a ordem é dar total liberadade ao presidente da República para que ela faça as mexidas que achar melhor para seu governo e para o País. Ninguém vai se segurar em cargo. A governabilidade é a certeza de que o governo dará certo."

Quando Cássio Casseb, então presidente do Banco do Brasil, pediu demissão, todo o PT se mobilizou para substituí-lo. Mas Genoino atendeu a um pedido de Lula e proibiu o partido de brigar pela função. Até hoje o cargo não foi preenchido. Continua no cargo o interino Rossano Maranhão.

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