Presidente do Senado nega CPI do caso das ambulâncias

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afastou hoje (5) a possibilidade de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para apurar as denúncias de desvio de recursos do Orçamento da União na aquisição de ambulâncias, num esquema envolvendo prefeituras, parlamentares e funcionários do Ministério da Saúde. "Esse assunto está sendo investigado pelos canais competentes", afirmou, citando o Ministério Público e a Polícia Federal. No entanto, admitiu a hipótese de os envolvidos serem investigados pela Corregedoria ou pelo Conselho de Ética. "Se for necessário vamos fazer isso", afirmou, ressalvando, porém, que ainda não recebeu o resultado das investigações da Polícia Federal.

O senador explicou que, caso a conclusão das investigações indique para abertura de processo no Conselho de Ética, isso será "quase automático". "Mas eu não tive ainda acesso ao material para verificar o que é necessário fazer neste momento", afirmou.

Até hoje à tarde, nenhum parlamentar havia iniciado a coleta de assinaturas para criar uma CPI. A Executiva Nacional do PPS chegou a discutir o assunto em reunião, mas a tese não foi aprovada. Em 1994, o Congresso criou uma CPI para investigar denúncias de desvio de dinheiro do Orçamento por intermédio de emendas parlamentares, que ficou conhecida como a CPI dos Anões. Na época, foram cassados sete deputados, quatro renunciaram e oito foram absolvidos. "Não dá para repetir velhos erros", comentou Renan Calheiros, defensor de mudanças na execução do Orçamento, cujas propostas nunca saíram do papel.

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