Prefeito eleito, Beto Richa promete descentralizar ações

Curitiba, 31 (AE) – A chegada do engenheiro civil Beto Richa (PSDB), de 39 anos, à prefeitura de Curitiba, pela Coligação Curitiba Melhor Prá Você (PSDB-PSB-PDT-PP-PSL-PAN-PTN-Prona), promete instituir uma nova forma de administração da capital curitibana, com mais descentralização das ações, tendo como executores funcionários de extrema confiança. “Vou montar uma equipe em que sejam priorizadas a competência e a capacidade”, afirmou. “Vamos implantar uma nova visão de administração, com austeridade, democracia, participação e absoluta transparência.” Saúde e educação são as prioridades do primeiro tucano a administrar Curitiba.

Durante a campanha, Richa afirmou que os bairros verão o prefeito com freqüência, pois pretende ouvir a população. No entanto, diferente do Orçamento Participativo pregado pelo PT, em que as prioridades são definidas em reuniões comunitárias, Richa deverá tomar para si a palavra final sobre os recursos. Tanto que, antes da posse, deverá analisar a proposta orçamentária para redirecionar algumas verbas.

Apesar de ser o atual vice-prefeito, ele afirmou não ter participado da elaboração da proposta, em razão do rompimento político e administrativo com o prefeito Cassio Taniguchi (PFL).

Ele espera voltar a conversar com Taniguchi para formar uma equipe de transição. O futuro prefeito disse que ainda não pensou em nenhum nome para o secretariado. “Concentrei todas as forças para vencer as eleições”, afirmou. Ele acentuou que nem sequer pensou se manterá a mesma estrutura da prefeitura. “Terá o tamanho suficiente para implantarmos nossas propostas e projetos”, registrou. Na Câmara Municipal, não terá muitas dificuldades. A princípio, tem o apoio de 20 dos 38 vereadores, enquanto a oposição está com nove. Os outros nove tendem a declarar uma posição de independência.

Mas dos governo do Estado e federal, deverá receber o apoio necessário. A garantia federal foi dada pelo candidato derrotado Ângelo Vanhoni (PT). “Que ele (Richa) fique tranqüilo, pois terá o apoio, terá condições de fazer uma administração que melhore as condições da população”, acentuou Vanhoni. Ele retorna à Assembléia Legislativa após a terceira derrota para a prefeitura. Richa também acredita no apoio.

“Passou a eleição, acabam-se as divergências político-partidárias e temos de unir esforços”, disse. A vitória de Richa em Curitiba deu forças ao senador Osmar Dias (PDT), um dos pré-candidatos declarados ao governo do Estado em 2006.

Bem posicionado no interior do Paraná, ele busca firmar-se também em Curitiba, onde esteve presente em quase todos os atos de campanha do futuro prefeito. “Não trabalhamos aliança apenas para uma eleição”, disse. “Buscamos uma aliança duradoura, que vai se consolidar para chegar mais forte em 2006.” A dificuldade, talvez, seja convencer o irmão, o senador Álvaro Dias (PSDB), que também sai fortalecido e pode querer tentar mais uma vez a volta ao Palácio Iguaçu. “É muito cedo (para falar em nomes), mas acredito que estaremos unidos para as eleições”, disse Richa.

Pela manhã, o governador Roberto Requião (PMDB), que apostou todas as fichas na campanha de Vanhoni, ao bancar a coligação com o PT e, depois, licenciando-se para a campanha, disse, irritado, não ter “bola de cristal” para saber se será mantida a aliança entre PT e PMDB para as eleições de 2006, quando ele deve tentar a reeleição. “Faço o que acho que tem de ser feito, procedo conforme minha consciência manda em cada momento”, afirmou. “Política para mim não é negócio, eleição não é mercado, apoiei quem devia ser apoiado e não espero retorno. Se tiver retorno, vai ser retorno voluntário das forças que estiveram conosco agora.”

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