CPI da Urbs

Vereador diz que há sobrepreço no serviço de bilhetagem eletrônica

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Urbs ouviu na manhã desta quinta-feira (12) representantes da empresa Enterhelp, que entre os anos de 2011 e 2012 prestou serviço de bilhetagem eletrônica e controle de passagens por meio do cartão-transporte.

Os membros da comissão tomaram a decisão de convocar a prestadora pelo fato de o contrato da empresa ter sido citado ao longo das sessões da CPI. De acordo com os vereadores, esse contrato tinha um valor de R$ 240 mil por ano – metade da quantia cobrada atualmente pela Dataprom, contratada sem licitação pelo Instituto Curitiba de Informática (ICI).

Ao longo de mais de duas horas de depoimentos, Wanderlei Lima, proprietário da Enterhelp, falou sobre os detalhes do serviço de bilhetagem eletrônica praticado em Curitiba e afirmou que sua empresa deixou de oferecer os serviços ao sistema de transporte público de capita por falta de condições técnicas oferecidas pelos administradores da rede.

“A Enterhel fazia essa manutenção em campo e não tinha permissão pra abrir equipamentos, como validadores, que eram levados para a fornecedora do hardware, que era e ainda é a Dataprom. Para fazer o serviço, uma simples bateria de sinalizador sonoro demorava 80 dias para retornar para nossa empresa e isso dificultava o trabalho”, disse Lima.

Indagado sobre a possibilidade de ter havido um boicote por parte da Dataprom, que assumiu os serviços de manutenção da rede de bilhetagem eletrônica após o término do contrato da Enterhelp com o ICI, Lima preferiu dizer que houve apenas empecilhos.

“Esses equipamentos iam para o laboratório do fornecedor do hardware e demoravam para retornar e uma empresa para realizar a manutenção de campo precisa de equipamento reserva. Nós tínhamos um número x de equipamentos, nós os trocávamos e enviamos para fornecedora do software, que demorava para devolver o equipamento para uso”, declarou.

O relator da CPI da Urbs, o vereador Bruno Pessuti (PSC), disse que ficou claro que há sobrepreço na prestação de serviço de bilhetagem eletrônica na capital. “É evidente que a Enterhelp tinha condições sim de oferecer esse serviço, tanto que os funcionários que prestavam o serviço pra Enterhelp são os mesmos que trabalham até hoje na Dataprom. E há sim a evidência de um sobrepreço, já que a Eneterhelp afirmou na CPI que oferece esse mesmo serviço pela metade do preço praticado pela Dataprom”, explicou Pessuti.

O representante da Dataprom, Alberto Abujamra, foi convocada para a sessão desta quinta-feira, mas não compareceu alegando problemas de saúde. A mesa da CPI informou que provavelmente uma sessão-extraordinária será marcada para a próxima quarta-feira (18).