Posse

Valdir Rossoni promete nova administração na AL

O deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB) prometeu mudanças profundas na administração da Assembleia Legislativa do Paraná logo no seu discurso de posse como presidente da Casa.

Anunciando que “muita gente não vai gostar”, o deputado disse que vai rever as aposentadorias, recadastrar os funcionários novamente, e recalcular o valor que está sendo pago aos servidores como compensação pelas perdas com a URV.

“Vamos pagar direitinho tudo o que os funcionários têm direito, mas nada nos impede de rever os valores, já que estamos falando de R$ 100 milhões”, disse o deputado, informando que a Assembleia contratará a Fundação Getúlio Vargas para fazer as auditorias necessárias.

A decisão de passar os funcionários da Assembleia por um novo recadastramento (os servidores foram recadastrados ano passado após os escândalos dos Diários Secretos), segundo Rossoni, se deve a denúncias de que ainda existem funcionários na Casa que não trabalham no parlamento.

“Quem comparecer para trabalhar vai receber direitinho, quem não aparecer, não vai. Não é possível que ainda exista gente morando no Rio de Janeiro e recebendo, da nossa Assembleia, salários até superiores aos de quem está aqui todos os dias. Quem foi efetivado de forma irregular, também não vai receber”, disse.

“Também vamos rever todas as aposentadorias, para que os nossos servidores aposentados sejam dignos de recebê-las. E os que arrumaram aposentadoria por baixo do tapete, vão perder”, prosseguiu. “Não quero cometer injustiça, mas também não quero pagar a quem não tem direito”, afirmou o novo presidente da Assembleia.

O deputado tucano disse que foi pressionado durante todo o mês de janeiro pelo sindicato dos servidores da Casa (Sindilegis) a negociar cargos na direção da Casa.

Falou que chegou a ser ameaçado, mas manteve sua postura de só conversar com os servidores, a respeito de cargos na direção, antes de ser eleito presidente. “Não é possível eles exigirem que eu conversasse com eles se eu não tinha autoridade para conversar, não estava eleito. Lógico que vou receber o sindicato dos servidores, vou manter o diálogo. Mas também vou restabelecer a ordem. Aqui quem vai mandar não é o segurança”, disse, em referência ao presidente do Sindilegis, Edenilson Carlos Ferry.

“No último mês, fui ameaçado várias vezes, e hoje, de uma forma desrespeitosa. Ele vai ter que aprender que esta casa tem comando e os deputados têm que ser respeitados, os funcionários têm que ser respeitados”, acrescentou.

Rossoni encerrou o discurso com um apelo aos deputados: “não me procurem para pedir favores, para proteger alguém. Me procurem para dar sugestão de como tocar a Assembleia para a modernidade”, disse.

Eleição sem surpresa: 47 votos a favor, 6 contra e uma ausência

Se os últimos dias foram de insegurança para Valdir Rossoni (PSDB) sobre um possível racha e o lançamento de uma segunda candidatura à presidência da Assembleia Legislativa, com o movimento em torno de Nelson Garcia, a eleição de ontem foi sem surpresas.

Dos 53 deputados em plenário (Ney Leprevost, do PP, não compareceu por problema de saúde), 47 votaram em Rossoni. Os seis deputados do PT abstiveram-se da votação.

A ausência de Leprevost foi o único imprevisto da tarde. Candidato a 4º secretário na “Chapa Liberdade”, a única chapa inscrita para a eleição da Mesa, Leprevost sequer tomou posse, em sessão realizada uma hora antes e, por isso, ficou impedido de ser votado, sendo substituído na chapa por Gilson de Souza (PSC).

A nova Mesa da Assembleia tem ainda os deputados Plauto Miró (DEM), como primeiro secretário, Reni Pereira (PSB), como segundo secretário, Stephanes Júnior (PMDB) terceiro secretário e Fábio Camargo (PTB), na quinta secretaria. As vice-presidências foram ocupadas por Artagão Júnior (PMDB), na primeira; Augustinho Zucchi (PDT), segunda; e Douglas Fabrício (PPS), na terceira.

“Ele terá de enfrentar os mesmos fantasmas”

Os seis deputados do PT cumpriram a promessa e se abstiveram da votação da Mesa Executiva. A principal crítica do PT à chapa de Rossoni é a desobediência à regra da proporcionalidade, em que as maiores bancadas indicam os principais cargos, pela ordem.

“Respeito a decisão partidária, mas lamento, pois os deputados do PT estão perdendo a oportunidade de participar de uma Mesa que transformará para sempre a Assembleia Legislativa “, disse Rossoni em seu discurso.

Apesar da abstenção, o discurso de Rossoni foi elogiado pela bancada petista. “Foi contundente, anunciou medidas que eram esperadas de qualquer presidente, independente do partido. Porém, do discurso à prática, ele terá que enfrentar os mesmos fantasmas que impediram a outra gestão de fazer essas transformações”, comentou Tadeu Veneri (PT).