Suspeito diz que recebeu R$ 100 mil das mãos de Jucá

Os R$ 100 mil recuperados pela Polícia Federal (PF) dentro de um pacote jogado em um matagal próximo ao escritório do senador e candidato à reeleição Romero Jucá (PMDB), no bairro Canarinho, em Boa Vista, foi descartado por Amarildo da Rocha Freitas, empresário em Roraima. Ele disse ser voluntário da coligação “União por Roraima”.

Em depoimento ao qual a reportagem teve acesso, ele afirma que recebeu o pacote, cujo teor desconhecia, das mãos de Romero Jucá. O envelope teria como destinatário o deputado federal e candidato à reeleição Urzeni Rocha (PSDB), irmão de Amarildo.

O dinheiro foi apreendido e será depositado em conta judicial. O superintendente da PF, Herbert Gasparini, não ligou o nome do senador ao incidente, embora tenha confirmado que seus agentes faziam vigília do lado de fora do prédio quando os ocupantes dos veículos deixaram o escritório e tentaram fugir. Durante a confusão, houve um disparo contra os policiais. Ninguém ficou ferido.

Após o incidente, o senador, que é líder do governo no Senado, compareceu à sede da corporação e se reuniu com o superintendente acompanhado do deputado federal e candidato à reeleição, Márcio Junqueira, que passava pelo local na hora da confusão. Jucá negou aos jornalistas que o dinheiro fosse de sua campanha e afirmou que não tem seguranças nem anda com escolta.

O senador disse ainda que não ouviu disparos. Já o deputado Márcio Junqueira admite ter escutado um tiro. O deputado Urzeni não foi encontrado para comentar o assunto nem seu advogado, Joaquim Neto.

Carro forte

A PF apreendeu ainda R$ 800 mil em um carro forte em frente a uma agência do Banco do Brasil (BB). O advogado Alexander Ladislau afirmou que o dinheiro é da coligação “União por Roraima”, do governador Anchieta Júnior (PSDB), que tenta a reeleição e é aliado de Jucá. Ele afirmou ainda que já havia apresentado a documentação que comprava a legalidade do montante, que seria utilizado para pagamento de gastos da campanha.