Serraglio enfrenta o PMDB do Paraná

O diretório estadual do PMDB e o deputado federal Osmar Serraglio, 1.º secretário da Câmara dos Deputados, estão em litígio no diretório nacional do partido. A direção regional vetou algumas das 40 coligações que os diretórios municipais aprovaram para dar apoio a candidatos do PDT. O PMDB de Umuarama, base de Serraglio, está na lista dos impedimentos.

Em Umuarama, o PMDB decidiu indicar Wilson Simões candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo pedetista Moacir Silva. O diretório estadual anulou a aliança e o diretório municipal, controlado pelo grupo de Serraglio, recorreu ao diretório nacional. O PMDB preferia que o partido apoiasse o atual prefeito, Luiz Renato Ribeiro de Azevedo, candidato à reeleição pelo PT.

O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que o partido está usando uma prerrogativa prevista na resolução aprovada no início deste ano, quando estabeleceu que todas as propostas de alianças em que o PMDB não tivesse o candidato a prefeito e fosse compor com outros partidos que não estivessem na lista dos preferenciais – o PT, PCdoB e PV – teriam que ser aprovadas pelo diretório estadual.

Átila Alberti
Mas Serraglio apelou a Temer.

O PMDB de Umuarama não acatou a diretriz e a direção estadual interveio. Mas Serraglio decidiu levar o caso ao presidente do diretório nacional do PMDB, Michel Temer. Serraglio disse que Temer já encaminhou um comunicado ao diretório estadual e à Justiça Eleitoral liberando a coligação. Um dos argumentos citados pelo deputado está na legislação eleitoral, segundo a qual, as diretrizes sobre alianças devem ser ditadas pela direção nacional, aprovadas em convenção nacional.

Os defensores do acordo com o PDT têm usado como argumento a aliança peemedebista em Cruzeiro do Oeste. Lá, o PMDB também apoia uma candidata do PDT, Helena Bertoco.

E, da mesma forma que em Umuarama, indicou o candidato a vice-prefeito, Nelson Toth. E o atual prefeito, Zeca Dirceu, é do PT. A diferença é que o acordo peemedebista-petista em Cruzeiro do Oeste foi aprovado pelo diretório estadual.

Pugliesi disse que o argumento não é válido e que as duas situações têm diferenças. Em Umuarama, a decisão se baseou em análise da situação local, onde o ex-prefeito Fernando Scanavaca (PDT) é considerado inimigo do PMDB, comparou. Scanavaca é o líder do PDT local.

Já em Cruzeiro do Oeste, a candidata do PDT é uma ex-peemedebista, que esteve no palanque de apoio ao governador Roberto Requião (PMDB) em 2006. “A análise leva em consideração as contingências locais. Em Cruzeiro do Oeste, nós também queríamos apoiar o Zeca Dirceu. Mas o PMDB apóia um candidato que já nos deu apoio e que não é nosso adversário histórico”, disse. “Nós não podemos alimentar candidaturas, que se vitoriosas, vão se voltar contra nós”, criticou.

Para Serraglio, não há distinção entre os dois cenários. “O que está acontecendo é ridículo. Ou o partido tem uma linha de coerência ou não tem. Como é que um partido tem afinidade com outro numa esquina e na outra não tem? Aliança partidária não é um assunto interna corporis porque envolve um outro partido, com o qual estamos fazendo aliança”, afirmou.