Senadora diz ter o direito de nomear as sub-relatorias

A presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), afirmou, ao deixar o Plenário no final da manhã desta quinta-feira (24), que a indicação de nomes para as sub-relatorias é prerrogativa da Presidência do colegiado. Ela negou que tenha ocorrido quebra de acordo de sua parte na distribuição dos cargos entre governo e oposição.

"Eu tinha feito a proposta ao relator, na semana passada, de dividirmos juntos as quatro sub-relatorias: uma mais pesada e outra menos pesada para a oposição e uma mais pesada e outra menos pesada para a base do governo. Não foi aceita e, pra minha surpresa, decidiram unilateralmente, juntando as duas maiores para a base do governo. É uma decisão da presidência a indicação das sub-relatorias e eu fiz da forma que achei melhor" disse.

Os governistas indicaram o senador Gim Argello (PTB-DF) para a sub-relatoria de sistematização e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL) para a de fiscalização de gastos, consideradas as mais importantes. No entanto, a esses parlamentares couberam, respectivamente, a sub-relatoria de controle de mecanismos de auditoria e a de aperfeiçoamento legislativo, por decisão de Marisa Serrano. Os deputados oposicionistas Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) assumiram as sub-relatorias de sistematização e fiscalização de gastos.

O relator da CPI Mista, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), irritou-se com a distribuição das sub-relatorias e chegou a afirmar que iria ignorar as sugestões apresentadas pelos sub-relatores da oposição. Para Marisa Serrano, porém, Luiz Sérgio acatará em seu relatório todas as sugestões dos sub-relatores que puderem contribuir para melhorar a utilização dos cartões corporativos.

Marisa Serrano ressalvou, porém, que o relator tem autonomia para decidir quais sugestões irá acatar.

"O relator é uma pessoa comprometida e me disse que tudo aquilo que for para melhorar o seu relatório, melhorar a utilização dos cartões corporativos, ele vai acatar. Ele tem a liberdade de acatar ou não. Não é impositivo. Mas os que estiverem descontentes com o relatório poderão apresentar seu voto em separado" disse ela.

A presidente da CPI Mista informou ainda que até o início da próxima semana deverá apresentar um cronograma da sistematização dos dados enviados pelos ministérios relativos à utilização de cartões corporativos.

"Essa é a parte principal nesse início de investigação, para termos uma idéia de todos os documentos que existem nas caixas, como estão dispostos e o que falta. Não podemos ser acusados de blindar algum ministério por falta de documentos" observou.

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