CANDIDATO DA OPOSIÇÃO

Ricardo Barros registra chapa para presidência da Fiep em cima da hora

Candidato da oposição à presidência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Ricardo Barros fez a inscrição da sua chapa praticamente no último minuto do prazo possível. O prazo concedido pela entidade para apresentação da documentação das chapas encerrava às 18h desta sexta-feira (8) e foi por volta desse horário que Barros se apresentou como candidato oficial, apesar de a especulação a respeito de sua candidatura ter surgido desde que se licenciou da Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul (Seim).

A demora no comparecimento para inscrição se deveu à tentativa de acordo com a chapa adversária, capitaneada por Edson Luiz Campagnolo e que conta com apoio do atual presidente da entidade, Rodrigo Rocha Loures. A proposta era de que houvesse apenas uma chapa como candidata, cujo presidente seria Carlos Walter Martins Pedro, que desistiu de sua candidatura durante o período de inscrição, aliando-se à chapa da situação. Com isso, deve realmente haver disputa na eleição prevista para o próximo dia 3 de agosto, mas a informação só será confirmada após a conferência da documentação da chapa de Barros, que será feita ainda nesta sexta-feira.

Questionado sobre a inscrição ter sido feita de última hora, Barros limitou-se a dizer que esse é um procedimento de praxe. Para ele, os 25 dias que ainda restam até a eleição serão “mais do que suficientes” para conseguir todos os votos necessários para se eleger, apesar de Campagnolo ter divulgado que possui apoio de pelo menos 65 dos 99 sindicatos com direito a participar do pleito. “Essa é uma informação dele e eu não vou discutir, mas sei que eleitor é assim mesmo, é simpático, promete voto, mas tenho certeza da nossa vitória porque temos uma chapa muito consistente”, avalia.

Apesar da demora e aparente incerteza a respeito de sua candidatura pela proposta de consenso, o candidato afirma que não trabalha com a hipótese de voltar a seu cargo de secretário por ter confiança na vitória, pois acredita que a Fiep precisa de “toda a experiência” que ele pode oferecer. “A maioria dos assuntos que interferem no desenvolvimento da indústria ainda dependem do âmbito governamental e, por isso, é necessário ter experiência, trânsito e conhecer os caminhos”, defende.

Campagnolo, no entanto, não acredita que esses sejam os requisitos desejados pelos sindicatos para o próximo presidente da entidade. “Ricardo Barros é reconhecido como um político hábil e o respeitamos por isso, mas a adesão que temos dos sindicatos mostra que eles querem mandar um recado de que não querem um político no cargo e sim alguém que conheça a instituição, tenha participação na diretoria e identificação com eles”, opina.

O candidato ainda confia no apoio do atual presidente: “Rocha Loures fortaleceu a instituição e recuperou sua credibilidade após escândalos de gestões passadas, fazendo uma excelente administração e, por isso, os sindicatos confiam nele”. Por ser um candidato da situação, ele ainda admite que deve seguir os mesmos preceitos de seu antecessor caso eleito. “Diferente de uma eleição para governo de Estado, quando muda tudo, a eleição para uma instituição como essa é como um avião, que tem seu plano de voo e não deve mudá-lo”, declara.

Barros, entretanto, questiona a administração de Rocha Loures. “Ele fez uma má gestão dos recursos que está sendo investigada pelo Tribunal de Contas da União, o TCU”, afirma. Esse também foi o argumento usado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Noroeste do Paraná (Sinduscon/Nor), que pediu a impugnação da chapa de Campagnolo durante a tarde desta sexta-feira. A entidade ainda aponta que Rocha Loures e Campagnolo teriam feito campanha eleitoral antecipada e abusado de poder político e econômico.