Revisão salarial só para os oficiais da PM recebe críticas

As secretarias de Segurança Pública e Administração estão discutindo uma proposta de revisão salarial para os oficiais da Polícia Militar. O governo não fornece detalhes do projeto que, entretanto, já está sendo criticado pelo presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Moraes (PMDB).

Ele é contra a apresentação de um projeto que beneficie exclusivamente o alto escalão – tenente, capitão, major e tenente-coronel – e exclua os soldados, cabos e sargentos, que constituem o maior contingente da corporação.

Esta faixa é a que recebe os salários mais baixos e que enfrenta maiores riscos na rotina da profissão, argumentou o deputado, antecipando que, se o governo confirmar o reajuste apenas para uma parte da PM, irá mobilizar os deputados para a apresentação de uma emenda estendendo a correção para os demais escalões. “As emendas irão corrigir possíveis injustiças, como a exclusão de parte da corporação”, comentou.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou que não há percentuais definidos e que, enquanto a proposta não for finalizada, não se manifesta sobre o tema. Porém, fontes do governo confirmam que a intenção é minimizar a defasagem salarial dos oficiais.

Ajuste

Para o deputado, o reajuste dos oficiais é justo, mas as outras categorias devem ser incluídas. Moraes afirmou que o governo tem recursos para fazer frente ao crescimento da folha de pagamento. Nos cálculos do peemedebista, as despesas com pessoal da Secretaria de Segurança teriam um aumento de 8,9% para corrigir os salários de todos os escalões.

“A Assembleia Legislativa aprovou, no ano passado, um aumento de 34% no orçamento da Sesp o que representa um adicional de mais de R$ 160 milhões disponíveis para investimento na área. O governo pode usar parte desse recurso para garantir melhores salários para toda a corporação e não apenas para parte dela”, disse.

De acordo com o deputado, a base da carreira da PM do Paraná está entre aquelas mais mal remuneradas no País. Ele citou ainda que o salário inicial de um agente penitenciário é de R$ 2,4 mil, enquanto um policial, em início de carreira, somando gratificações e demais benefícios, não ganha mais que R$ 1,6 mil mensais.

“A PM está atuando no limite, com baixos salários e muito trabalho de risco. Não é justo deixar de fora de um projeto de reajuste parte da corporação, que mais tem necessidade de um aumento salarial e que é responsável pelo serviço operacional da polícia”, declarou.