Requião se movimenta para conquistar o interior

O Palácio Iguaçu decidiu reforçar a presença do governador Roberto Requião (PMDB) no interior do Estado. A Casa Civil está preparando uma agenda de solenidades de inaugurações de obras e assinaturas de ordens de serviço para Requião cumprir antes e depois da viagem de vinte dias que fará no próximo dia 18 para a China e Japão. Responsável pelo roteiro, o secretário da Casa Civil, Caito Quintana, disse que começa uma fase de realizações do governo e que Requião quer estar diretamente fiscalizando como ficaram as obras que autorizou nos dois primeiros anos de governo.

Anteontem, em palestra feita a peemedebistas em Goiânia, com o tema "O Brasil que queremos", quando foi abordado sobre a possibiliade de disputar a presidência da República, Requião disse que não está nos seus planos. Ele assegurou que é candidato à reeleição ao governo e segundo os peemedebistas do Paraná, é com essa perspectiva que todo o partido está trabalhando.

O chefe da Casa Civil disse que as andanças do governador pelos municípios não têm relação com o trabalho do PMDB de atração de prefeitos para o partido, destinado a consolidar o projeto de reeleição em 2006. Desde o início do ano, o governador tem reservado um ou dois dias da semana para reuniões e encontros com prefeitos e lideranças políticas no interior. "O governador quer entregar pessoalmente as obras. Estamos começando um programa de recuperação de 2 mil quilômetros de estradas e o governador vai monitorar isso", disse.

Torcida

Em Goiânia, com o senador Maguito Vilela, o prefeito Iris Resende, deputados e vereadores peemedebistas na platéia, Requião disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda pode fazer o país que prometeu durante a campanha eleitoral de 2002. E que aposta que as mudanças virão e por isso, continua torcendo para que Lula se saia bem no governo e tenha reeleição garantida que ele vai cuidar da sua recondução ao governo do Paraná.

Para o governador do Paraná, se o PMDB decidir pelo caminho da candidatura própria, deverá antes de qualquer coisa, discutir um programa para o país. A formulação do projeto de governo deve preceder o debate sobre nomes, afirmou o governador.

Enquanto Requião promete apoio a Lula na sucessão presidencial, no Paraná, a convivência não é tão pacífica entre PMDB e PT. Mas o secretário da Casa Civil acredita que as sucessivas crises, localizadas atualmente entre as bancadas na Assembléia Legislativa, não devem influenciar na sucessão estadual do próximo ano, quando o Palácio Iguaçu espera ter o PT como aliado.

Para Quintana, os embates na Assembléia não são o prenúncio de uma separação, mas apenas um desentendimento passageiro. "O governo não tem se envolvido nisso. Até porque são coisas pontuais. Agora, foi a disputa pelas comissões. Todos os anos é assim. Não é tão grave. Achamos que é resultado de conflitos entre grupos nos dois partidos. A briga não é de partido para partido, mas de disputas internas", afirmou.

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