Requião liderou gastos entre reeleitos

Entre os governadores reeleitos, Roberto Requião (PMDB-PR) foi o que mais aumentou suas despesas na campanha deste ano, em relação à eleição de 2002. De acordo com levantamento feito pelo site Congresso em Foco, os gastos de Requião passaram de R$ 4,5 milhões, em 2002, para R$ 12,9 milhões. Na média, as despesas de campanha de 12 dos 14 governadores aumentou em 62,6%.

O tesoureiro de campanha de Requião, Milton Buabssi (PMDB), avalia que a elevação de gastos nesta campanha foi algo natural e entre os motivos está o aumento de custos de serviços e produtos necessários para se fazer campanha. Buabssi disse também que as mudanças da legislação eleitoral alteraram o contexto da disputa. ?A legislação está mais severa. Além disso, de uma eleição para outra as conjunturas mudam muito?, disse o tesoureiro, que trabalhou também na prestação de contas de Requião na eleição passada.

Buabssi lembra que houve muitas despesas com combustível para o transporte aéreo do governador e do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB), que percorreram o Paraná em aviões e helicópteros. As despesas aumentaram também, segundo o tesoureiro, com a impressão de jornais para a divulgação das ações do governo Requião no Estado. ?Gastou-se muito com jornais porque outros meios de divulgação, como comícios, foram proibidos pela legislação?, afirmou.

Para o tesoureiro, a questão do mensalão culminou num esforço dos legisladores para criar uma lei eleitoral completamente diferente da que até então vigorava. Buabssi entende que as decisões do Legislativo trouxeram o benefício de tornar transparente a prestação de contas de todos os candidatos. Ele lembra também que fatores que não eram contabilizados, passaram a ser, necessitando de atenção redobrada por parte dos comitês. Como exemplo, cita a questão da Previdência Social. ?Antes não havia recolhimento para a Previdência?, disse.

Reeleitos

A soma das despesas de 12 dos 14 governadores reeleitos foi de R$ 57.028.603,22, na campanha para as eleições de 2002 – em valores corrigidos com base no IPCA de outubro de 2002 em diante. Neste ano, os gastos ficaram em R$ 92.715.293,26. Somente o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (sem partido), conseguiu reduzir suas despesas, gastando quase R$ 3,5 milhões a menos. Em seus cálculos, o site desconsiderou as despesas de Alcides Rodrigues (PP-GO), que na eleição passada foi eleito vice-governador, e de Ottomar Pinto (PSDB-RR), porque sua prestação de contas de 2002 não estava disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral.

Na avaliação do Congresso em Foco, uma das explicações é que os escândalos dos últimos anos fizeram com que os candidatos fossem mais transparentes em suas declarações, de modo a reduzir caixa dois. O site diz também que políticos argumentam que as restrições de propaganda – impossibilidade de realização de comícios e de uso de outdoors – tornou mais difícil divulgar as candidaturas, o que exigiu maior investimento em cabos eleitorais e material de campanha. 

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