Requião indica Holleben para cargo na Sanepar

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Abertura dos trabalhos da Assembléia teve discurso de Requião.

O governador Roberto Requião (PMDB) indicou ontem o ex-prefeito de Ponta Grossa Péricles de Holleben de Mello (PT) para a diretoria administrativa da Sanepar, no lugar de Heitor Wallace, que vai para a diretoria de Investimentos. Esta foi a única alteração na equipe anunciada ontem.

Antes de participar da abertura do ano legislativo, ontem à tarde, na Assembléia Legislativa, o governador provocou os deputados da sua base de sustentação, que vêm defendendo reformas no secretariado. "Os deputados têm toda a autoridade de reformar o seu próprio secretariado. O do governo vai bem. Cada um escolhe os seus secretários", ironizou Requião, que disse não ter intenção de mexer no primeiro escalão do governo.

Já na solenidade, em plenário, o governador fez um discurso de quase uma hora, relatando as principais ações de seus dois anos de administração e, ao final, agradeceu ao apoio dos aliados e também à bancada de oposição, cujas "críticas", segundo ele, ajudam a corrigir rumos do governo.

Na entrevista, Requião foi irônico e disse que pensa até em chamar todos os deputados para ocuparem os cargos dos atuais secretários. "Mas desde que eles não concorram à reeleição", alfinetou. O governador comentou que a escolha da sua equipe é orientada por "viabilidade e eficiência" e não por acordos eleitorais, numa referência às queixas dos deputados que vêem nos secretários potenciais adversários para as eleições do próximo ano. "Os partidos apóiam nosso governo por princípio. Não há mercância de cargos. O resultado do governo é mais importante", afirmou.

Além de Péricles, o governador estaria chamando também para o governo o ex-prefeito de Foz do Iguaçu Samis da Silva (PMDB). A informação não foi confirmada pelo governador, mas deputados da base aliada garantem que Samis irá ocupar um cargo no Conselho de Desenvolvimento do Turismo.

Na sua mensagem à Assembléia Legislativa, Requião fez um apanhado dos programas que desenvolveu, enfatizando os programas sociais como distribuição de leite e isenção de tarifas públicas para a população de baixa renda, entre outros. Mas das doze páginas, pelo menos duas foram dedicadas a relatar sua posição sobre a cobrança de pedágio no estado. Disse que quando encerrou o primeiro mandato, em 94, o Paraná possuia a terceira maior malha rodoviária estadual do país e o que era considerada a melhor de todas. Mas quando voltou, em 93, disse que encontrou a malha estadual "destruída" pelo governo anterior.

"Porque o governo seguinte não conservou a malha e porque essas rodovias acabaram se transformando em caminhos de fuga das taxas abusivas do pedágio, a malha estadual foi destruída", disse Requião, afirmando que, até o final do mandato, irá recuperar 95% das estradas estaduais, enquanto prossegue com suas ações para reduzir as tarifas do pedágio.

Para o governador, a "formalidade do direito" está atrapalhando suas ações para diminuir o valor das tarifas. Mas disse que não irá "afrouxar" e que seu governo já conseguiu conter o valor do pedágio. Ao final da sessão, o governador entregou à Mesa Executiva o relatório das atividades dos dois anos.

Comissões, regimento e polêmica

A Assembléia Legislativa retomou os trabalhos, ontem, com uma nova controvérsia. A decisão do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), de instalar as comissões permanentes somente depois de votar o novo Regimento Interno, já encontra resistências até na Mesa Executiva. Brandão, que tomou posse ontem com os demais oito integrantes da Mesa, disse que irá votar todo o Regimento, que recebeu mais de trezentas emendas, das quais 120 foram aceitas. Mas o 1.º secretário, Nereu Moura (PMDB), defendeu ontem que as comissão sejam formadas pelas regras atuais do Regimento Interno.

Moura acha que a fórmula de Brandão pode paralisar a Assembléia Legislativa. "Para votar o Regimento, demora mais de um mês. Nós não vamos conseguir analisar um único projeto neste período, já que não tem comissão. A Assembléia vai ficar parada. Nós devemos fazer as comissões sob a luz do atual Regimento, para isso não acontecer", afirmou.

O 1.º secretário disse que vai solicitar uma reunião da Mesa Executiva para decidir sobre o assunto. Brandão, entretanto, não tem intenção de rever sua posição. "Vamos votar o Regimento, capítulo a capítulo. As comissões vão ser instaladas somente depois. Não adianta preencher as comissões agora e depois, em seguida, ter que alterar tudo", afirmou.

No discurso de abertura das sessões, ontem, Brandão prometeu dar mais transparência às ações do Legislativo e aproximar à Assembléia da sociedade. "È importante lembrar que o exercício da cidadania não pode se resumir ao momento do voto. Temos um compromisso permanente com a sociedade que representamos. Ouvir os paranaenses é parte essencial da nossa missão", disse. (EC)

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