Requião fala com Serra sobre sucessão

O governador Roberto Requião (PMDB) viajou ontem, 2, a São Paulo, para se encontrar com o governador José Serra (PSDB) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM).

A conversa sobre sucessão estadual e presidencial de 2010 também teria a participação dos ex-governadores de São Paulo Claudio Lembo, do DEM, e de Orestes Quércia, que comanda o PMDB de São Paulo. Quércia já declarou que estará com os tucanos em 2010 e se esforça para convencer Requião e o PMDB do Paraná a acompanhá-lo.

O encontro foi agendado antes de os deputados estaduais tucanos do Paraná decidirem abandonar a bancada governista e se instalar no bloco de oposição, onde, na Assembleia Legislativa, militavam apenas o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, e o líder da bancada do PSDB, Ademar Traiano.

Serra tem interesse no apoio do PMDB do Paraná à sua candidatura à Presidência da República e, de acordo com Rossoni, ainda não foi informado sobre os incidentes locais. Os tucanos passaram a acusar o governo e o PMDB de estimularem as denúncias de compra de apoios e caixa 2 na eleição de 2008 contra Beto.

“Talvez, o governador vá pedir desculpas ao Serra pelos ataques que vêm fazendo ao Beto”, reagiu Rossoni, mas preferiu nada mais declarar sobre o assunto. “Até onde eu sei, esta conversa já estava agendada e o governador (de São Paulo) nem tem conhecimento do que está acontecendo aqui”, afirmou o presidente estadual do partido.

A decisão dos seis deputados tucanos de deixar a base aliada do governo interrompeu o fluxo de conversas entre alas do PMDB e do PSDB para um possível acordo visando juntar os dois partidos em torno de uma possível candidatura do prefeito de Curitiba Beto Richa ao governo.

Os contatos vinham sendo feitos, principalmente, por deputados estaduais do PMDB, que vêem numa coligação com os tucanos a melhor chance de reeleição no próximo ano.

Ficam

O presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, não quis comentar ontem a decisão do diretor do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Luiz Malucelli Neto, de permanecer no cargo.

“Está é uma questão interna. Não vou entrar neste patamar de discussão”, disse Rossoni, ao saber que Malucelli definiu como uma “falta de consideração” da direção do partido não ouvi-lo, e ao secretário do Trabalho e Emprego, Nelson Garcia, sobre o assunto.

“Sou grato ao Requião pela confiança e acho tudo isso pode se transformar num verdadeiro tiro n’água. Se nos próximos dias, o caso criado pelo Rossoni não der em nada, os deputados continuarem a votar com o governo e nós permanecermos em nossos cargos, como fica a liderança do presidente? Como ele vai liderar o partido? Permaneço no Lactec e sigo ao lado do governador e se preciso deixo o partido”, desafiou Malucelli.