Requião e Osmar reagrupam forças para segundo turno

No dia seguinte à eleição, o governador licenciado Roberto Requião (PMDB) e o senador Osmar Dias (PDT) começaram a articular as alianças para o segundo turno. Na granja do Canguiri, onde está recolhido desde domingo, analisando o resultado da votação por cidades, o governador, ainda em caráter informal, conversou com o coordenador geral da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jorge Samek. Já o governador em exercício, Hermas Brandão (PSDB), está conversando com o prefeito de Curitiba, Beto Richa, que ficou neutro no primeiro turno.  

O senador Osmar Dias conversou também, pelo telefone, com o prefeito, que poderá anunciar nas próximas horas sua adesão à campanha do pedetista que, ainda na noite de domingo, anunciou seu apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência da República.

Requião reuniu-se com integrantes da coordenação de sua campanha e hoje, dia 5, irá se manifestar sobre a eleição, em entrevista coletiva na sede do PMDB. O governador em exercício almoçou com ele na Granja e afirmou que Requião está ?ansioso? para começar a batalha do segundo turno.

Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Osmar Dias: senador faz contatos com PFL e PPS.

Encarregado de atrair o prefeito de Curitiba para a campanha, Brandão conversou com Beto Richa, mas não quis adiantar a posição do prefeito. Brandão afirmou que seu grupo continuará envolvido na campanha de Requião. E essa opção não será alterada, ainda que o governador licenciado venha a se aproximar do presidente Lula e do PT do Paraná. ?Vamos continuar com o Alckmin e com o Requião também?. Para o governador em exercício, Requião poderá continuar neutro na sucessão presidencial. ?O apoio do PT é automático. Os petistas vão com o Requião de qualquer jeito, mesmo que ele não apóie o Lula?, disse. Entretanto, o PT ainda não tem uma posição oficial sobre o segundo turno.

Tanto Osmar como Requião estão indo em busca do apoio do quarto colocado na disputa, o ex-deputado Rubens Bueno (PPS). Do lado do PMDB, o mediador é o secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro. Ele acredita que, apesar da crítica agressiva feita por Bueno a Requião no primeiro turno, é possível que o ex-deputado possa compor com o governador no segundo turno.

Da mesma forma, PMDB e PDT estão conversando com o PFL. A executiva estadual do PFL teria uma reunião ontem à noite para começar a definir sua posição. Todos os indicativos apontam para o apoio ao senador Osmar Dias, mas os peemedebistas estão em contato com os deputados Nelson Justus e Durval Amaral.

Pressão

O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que espera para hoje uma posição do prefeito de Curitiba. ?O importante é que o apoio do Osmar para o Alckmin está oficializado. O resto é com o Beto?, desconversou Rossoni, que se reuniu com o prefeito num restaurante em Santa Felicidade, na companhia do vice-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, que apoiou Requião no primeiro turno.

Ontem, a assessoria do prefeito distribuiu nota dizendo que a posição de Beto no Paraná vai levar em consideração o interesse da candidatura presidencial. ?Será uma decisão conjunta, partidária, que contemplará as melhores alternativas para os avanços sociais e econômicos do Paraná?, avalia. Segundo ele, a eleição estadual contempla principalmente o interesse nacional da eleição de Geraldo Alckmin. ?Não é possível separar as duas questões?, afirmou o prefeito. Ontem, ele consultou a direção nacional. Entre os seus interlocutores estiveram o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, e o governador eleito de São Paulo, José Serra.

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