Requião critíca Pessuti e pede aliança com PDT

A reunião da executiva estadual do PMDB, na noite de segunda-feira, deixou claro que o partido está mesmo dividido em três blocos, mas que o governador Orlando Pessuti segue prestigiado e, segundo o presidente estadual do partido, Waldyr Pugliesi, “só não será candidato se não quiser”.

Mesmo ausente da reunião e alvo dos ataques de seu antecessor, Roberto Requião, Pessuti, terá a voz final na decisão peemedebista. O ex-governador Roberto Requião, fez duras críticas a Pessuti (pré-candidato à reeleição) e à forma como o PMDB está conduzindo o processo eleitoral.

O ex-governador se disse contrário à candidatura própria do partido ao governo do Estado e defendeu uma coligação com PT e PDT, apoiando a pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT).

“Hoje a saída do PMDB do PR é coligação. Estamos sem atitude, afirmação e a firmeza que nos manteve até agora. É tarde, mas ainda é tempo”, declarou o ex-governador antes da reunião.

Requião informou aos correligionários que já tinha até telefonado para Osmar Dias sugerindo a aliança e avisou que, se não der certo com o PDT, não será empecilho para uma aliança com o PSDB.

Uma ala de deputados peemedebistas trabalha, nos bastidores, para que o partido apoie o ex-prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao governo. Como o governador Pessuti não participou do encontro de segunda-feira, a executiva do PMDB teria um reunião na noite de ontem com o governador. “São reuniões interlocutórias, de decisão só saiu que nossa convenção será no dia 26”, disse o vice-presidente do partido, Luiz Cláudio Romanelli, que também garantiu que a decisão sobre a candidatura caberá exclusivamente a Pessuti.

“A questão básica é a postura do Pessuti. Ele é candidato e tem o apoio do partido. Ninguém irá contra ele na convenção. Só cabe a ele decidir e não achamos que ele irá desistir”, disse Romanelli, explicando que, se confirmada a candidatura de Pessuti, o PMDB irá buscar apoio do PT, mas exigindo coligação na eleição proporcional. “É a nossa condição para darmos palanque ao PT no Paraná”, disse.

Membro da executiva nacional do PMDB, o deputado federal Rodrigo Rocha Loures garantiu que o PMDB nacional não pedirá a desistência de Pessuti. Questionado se ceder no Paraná não poderia ser uma contrapartida à retirada da candidatura petista de Fernando Pimentel em Minas Gerais para a formação de chapa única com Hélio Costa (PMDB), Loures disse que o caminho natural é o inverso.

“Ficou acordado que a prioridade nacional, ou seja, da presidência da República é do PT. Mas nos Estados o PMDB tem preferência. Por isto o que ocorreu em Minas segue o curso natural do que foi combinado entre PMDB e PT. Isto significa que a preferência no Paraná é pela candidatura de Pessuti”.

Com a convenção marcada para o dia 26, Pugliesi disse que, até lá, o PMDB seguirá conversando, internamente e com os outros partidos. “Acordo, só na 25.ª hora”, disse o presidente do PMDB.

Aliados de Pessuti defendem aliança com o PT. Sem o PDT

Elizabete Castro

Peemedebistas favoráveis à candidatura de Orlando Pessuti à reeleição propuseram ao PT a retomada das negociações sobre aliança no Paraná, sem o PDT.

Contrário tanto a uma aliança com o PDT como com o PSDB, o deputado estadual Nereu Moura (PT) pediu ao presidente estadual do PT, Ênio Verri, que reúna as lideranças e dirigentes dos dois partidos para ver se h&aacut,e; condições de fecharem acordo.

Moura disse que, diante da posição de Pessuti de não abdicar da candidatura ao governo, o PMDB pode disputar a eleição com chapa pura ou buscar composição com o PT. “Precisamos abrir diálogo sobre a campanha nacional e estadual. Até agora, temos conversado pela imprensa”, disse Moura.

Verri afirmou que a oferta de diálogo é bem-vinda. Mas reafirmou que a exigência do PMDB de fazer coligação para a eleição à Assembleia e Câmara Federal não é aceitável. Com votações individuais altas, os candidatos a deputado estadual do PMDB ameaçam a eleição dos candidatos petistas, alega Verri.

“Mas podemos conversar sobre o que é consenso e o que não é. Negociação implica conversa até o último instante”, disse. Para Moura, não há nenhum ponto que seja inegociável. “O que o PT e o PMDB devem discutir é um palanque forte para o Pessuti e para a Dilma. Nem precisa haver aliança proporcional”, afirmou o deputado.

A aliança entre os dois partidos ajudaria a ex-ministra Dilma Rousseff, mas também seria benéfica à candidatura de Pessuti, afirmou Verri. O chamado “efeito Lula” poderia catapultar a candidatura de Pessuti, afirmou o presidente do PT, destacando que o presidente da República tem 84% de aprovação no Paraná.