Reeleição é o grande desafio de prefeitos no Paraná

Além de Curitiba, prefeitos de outras seis das principais cidades do Estado deverão tentar a reeleição em outubro. Os eleitores de Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, Paranaguá e Guarapuava poderão optar por dar mais quatro anos de mandato a seu atual prefeito. Das maiores cidades do Estado, apenas em Londrina e Francisco Beltrão a hipótese de reeleição está descartada, uma vez que os prefeitos já estão no segundo mandato.

Apesar de estarem em evidência e condicionarem a candidatura à aprovação popular de sua administração, alguns dos candidatos à reeleição não terão facilidade para continuar no poder. Em Maringá e Ponta Grossa, municípios com mais de 200 mil eleitores, a possibilidade de segundo turno é iminente. Na Cidade Canção, o prefeito Sílvio Barros (PP), já declarado candidato, enfrentará o ex-prefeito e atual coordenador da Região Metropolitana de Maringá João Ivo Caleffi (PMDB). Outro nome com cargo no governo estadual também pode aparecer na diputa: o secretário estadual de planejamento, Ênio Verri (PT). O deputado estadual Doutor Batista (PMN) e o empresário Wilson Quinteiro (PSB) também são pré-candidatos no município do noroeste do Estado.

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Paulo Mac Donald: Foz.
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Lisias Tomé: Cascavel.

Nos Campos Gerais o prefeito de Ponta Grossa, Pedro Wosgrau Filho (PSDB), mantém um discurso semelhante ao de Beto Richa em Curitiba, de que ainda é cedo para falar em candidatura e que a decisão será tomada no final do primeiro semestre. Se realmente disputar o segundo mandato, Wosgrau terá pela frente nomes fortes da Assembléia Legislativa do Paraná, como Plauto Miró Guimarães (DEM), Jocelito Canto (PTB), Marcelo Rangel (PPS) e Péricles de Mello (PT).

No oeste, os prefeitos de Foz do Iguaçu e Cascavel também têm um cenário complicado na tentativa de se reeleger. Com menos de 200 mil eleitores as cidades não terão segundo turno se não atingirem esse número até maio e, por enquanto, nenhum dos dois prefeitos lideram as pesquisas de opinião. Em Foz do Iguaçu, Paulo Mac Donald (PDT) está em ligeira desvantagem na disputa com o deputado estadual Reni Pereira (PSB). A disputa poderá ainda ganhar novos rumos após a definição do candidato do PMDB ao pleito: o ex-prefeito Sâmis da Silva, ou o deputado e também ex-prefeito Dobrandino da Silva. O presidente da Câmara Municipal, Carlos Juliano Budel (PTB), também é pré-candidato.

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Baka Filho: Paranaguá.
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Ribas Carli: Guarapuava.

A situação de Lisias Araújo Tomé (PSC), em Cascavel, é ainda mais preocupante. Pesquisa divulgada pelo Jornal Hoje, um dos principais veículos de comunicação da cidade, aponta que mais de 80% da população não votaria no prefeito. Se candidato, ele ainda terá de enfrentar ex-prefeitos que tiveram uma boa avaliação de sua administração, como Salazar Barreiros (PMDB) e o deputado Edgar Bueno (PDT). O deputado Alfredo Kaefer (PSDB) também deve disputar a eleição. Lisias é o prefeito com mais dúvidas quanto a candidatura. Em maio do ano passado ele chegou a anunciar que não disputaria a reeleição, mas meses depois filiou-se ao PSC e iniciou algumas articulações para a campanha.

No litoral, José Baka Filho (PDT) deve disputar novo mandato na Prefeitura de Paranaguá. Ele terá como principais adversários Mário Roque (PMDB), Waldir Leite (PPS), e Nélio Valente Costa (PT). ?O cenário eleitoral muda conforme o vento. Muitos nomes já foram ventilados, mas não há confirmação. A única certeza é que eu sou candidato?. Com essa afirmação, o prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli, evita qualquer falso suspense quanto as suas pretensões para 2008. Na maior cidade da região central do Estado, Carli deverá enfrentar o deputado federal Cézar Silvestre (PPS) o ex-prefeito Vitor Hugo Burko (PR); Antonio Araújo (PSC); Julio Agner (PTB), e o deputado estadual Artagão Júnior (PMDB).

Disputa promete ser dura em Londrina

Agência Câmara

André Vargas, do PT.
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Eduardo Cheida, do PMDB.

Em Londrina e Francisco Beltrão, os prefeitos Nedson Micheletti (PT) e Vilmar Cordasso (PP) encerram neste ano seu segundo mandato. Reeleitos em 2004, eles estão fora da disputa de outubro, mas podem fazer sucessores.

Com aprovação de mais de 90% da população, Vilmar Cordasso tem tudo para fazer seu vice, Wilmar Reichembach (PSDB), o novo prefeito de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Outro nome de dentro da Prefeitura que pode disputar o posto de Cordasso é o atual secretário de Saúde, Antônio Cantelmo Neto (PMDB). Na oposição, o principal nome que desponta é o da deputada estadual petista Luciana Rafagnin.

Em Londrina, a segunda cidade mais importante do Estado, Nedson Micheletti, que diz pensar em se tornar padre após deixar a prefeitura, também pode fazer sucessor. Nem tanto pela aprovação de sua administração, mas pela força do nome que o PT lançará no município: o deputado federal e ex-presidente estadual da legenda, André Vargas.

Agência Câmara
Hauly, do PSDB.

Apesar da popularidade de Vargas, a eleição em Londrina promete ser a mais disputada em todo o Estado, com praticamente garantia de que só será decidida no segundo turno. Isso porque, além de Vargas, outros três deputados federais e dois estaduais, entre eles ex-prefeitos e vice-prefeitos, deverão participar do pleito. A principal dúvida em Londrina é quanto a candidatura de Antônio Belinati (PP). Prefeito da cidade por três vezes, mas envolvido em diversos problemas judiciais, o deputado, devido à parcela de eleitorado que detém na cidade, é peça-chave no jogo político do município. O vice-prefeito na gestão Belinati também participará da disputa. O deputado federal Alex Canziani quer ser a surpresa da eleição.

Outro ex-prefeito que quer voltar a administrar Londrina é o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB). Ele usará a força do governo estadual para tentar voltar à prefeitura. Histórico perdedor nas eleições municipais, o deputado federal em quinto mandato Luiz Carlos Hauly (PSDB) pretende voltar a disputa e espera um resultado diferente das três últimas eleições na cidade. Já o deputado federal Barbosa Neto (PDT) aposta na juventude e na quebra da hegemonia do PT e do grupo de Belinati no município. (RP)

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