Quintana reúne aliados para pacificar governistas

Para aliviar a tensão entre a base aliada na Assembléia Legislativa e alguns secretários de Estado, o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, reuniu anteontem à noite em sua casa, em Curitiba, os deputados do PMDB para um jantar com o governador Roberto Requião.

Na próxima semana, Quintana será o anfitrião de um jantar para a bancada do PT. Quintana planeja juntar ainda todos os deputados do bloco de sustentação ao governo num encontro com todos os secretários para reparar as diferenças que têm azedado as relações entre o primeiro escalão do governo e o braço parlamentar do Palácio Iguaçu. Os deputados reclamam que não têm sido bem atendidos pelos secretários.

O esforço do secretário da Casa Civil não foi bem sucedido, num primeiro momento. O líder do governo, Natálio Stica (PT), não gostou de ter sido excluído do jantar com os peemedebistas. Ele comentou que ocupa a liderança de toda a base aliada, incluindo a bancada do PMDB, e que se o jantar promovido por Quintana era para unir o bloco, ele começou mal. “Não tem sentido reunir para um jantar apenas um partido da base de apoio com o governador sem a presença do líder do governo. Não serve para nada. Só para comer camarão”, comentou Stica, referindo-se ao prato servido na casa de Quintana.

O secretário, por meio de sua assessoria, justificou que não chamou o líder do governo porque se tratava de um jantar de peemedebistas com o governador, onde a conversa seria mais partidária. Quintana disse que desconhece as reclamações do líder do governo, já que recebeu Stica ontem à tarde na Casa Civil e o petista não se manifestou sobre o assunto. Ainda de acordo com o secretário, na próxima semana, o líder será incluído na relação de convidados, já que o encontro será exclusivo para os deputados da bancada do PT.

Maioria

Stica afirmou que a reunião realizada entre Quintana e a maioria dos deputados da base aliada anteontem à tarde na Assembléia Legislativa ficou inacabada, já que teve de se retirar antecipadamente para participar de uma solenidade.

O encontro aconteceu antes do jantar na casa de Quintana. O líder do governo afirmou que a conversa vai continuar até que se chegue a um acordo entre deputados e secretários.

Mazoni ocupa lugar de Nizan no governo

O governador Roberto Requião (PMDB) indicou o presidente da Celepar, Marcos Mazoni, para o lugar de Nizan Pereira na secretaria especial de Assuntos Estratégicos. Nizan afastou-se do cargo – ele foi exonerado ontem – para ser indicado candidato a vice-prefeito de Curitiba pela direção do PMDB, que defende a aliança com o PT na sucessão municipal. Hoje, Nizan participa de um almoço convocado pela direção do partido para apresentar a pré-candidatura.

Ontem à tarde, dois nomes eram citados nos meios políticos como prováveis sucessores de Nizan. Um deles era o do deputado estadual Vanderlei Iensen, que chegou a disputar a indicação para a vaga de vice-prefeito. No final da tarde, Requião decidiu que Mazoni irá acumular a presidência da Celepar com a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos.

A definição do nome de Nizan como pré-candidato a vice pelo grupo que detém o controle do PMDB em Curitiba foi tratada de forma prudente pelo pré-candidato do PT à prefeitura, deputado estadual Angelo Vanhoni. O deputado petista elogiou o ex-secretário de Assuntos Estratégicos, mas afirmou que somente tomará conhecimento oficial da escolha depois da convenção do PMDB, marcada para o próximo dia 15.

Reação

O grupo pró-candidatura própria reagiu à escolha de Nizan, acusando o comando do partido de atropelar a convenção partidária. Os deputados Rafael Greca e Gustavo Fruet, pré-candidatos do PMDB a prefeito, anunciaram que pretendem disputar a convenção, independente de o comando do partido ter definido desde já o nome que irá oferecer como candidato.

Greca seria recebido ontem pelo governador Roberto Requião, a quem pretendia mostrar uma pesquisa de intenções de votos para comprovar que a candidatura própria do partido é eleitoralmente possível. Ele não quis adiantar os resultados da pesquisa porque a divulgação somente será permitida a partir de domingo, depois do registro no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Defensor do lançamento de candidatos próprios do partido, o presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, destacou que enquanto não for realizada a convenção, a indicação de Nizan não está consolidada.

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