Quintana fica. Iatauro não sabe para onde vai

Depois de um mês de especulações sobre seu destino, o secretário da Casa Civil, Caíto Quintana, deve ficar onde está. O governador Roberto Requião (PMDB) deixou Quintana à vontade para escolher entre ficar no governo, retomar sua cadeira de deputado estadual ou concorrer a uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas. "Eu não vou mais me manifestar sobre esse tema", reagiu o líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), comentando que o caso de Quintana, cuja decisão vinha afligindo uma boa parte do governo e dos deputados, "está mais parado que água de poço".

Antes de encerrar o assunto, Dobrandino justificou. Disse que o secretário não quer mais deixar a Casa Civil e que cabe a Quintana e ao governador resolverem o que fazer com o conselheiro do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, que anunciou publicamente que havia sido convidado para assumir a chefia da Casa Civil. "Criaram uma expectativa que não se confirmou e o Requião sabe que esse problema tem que ser resolvido porque senão fica uma situação ruim para o Rafael. O Caíto mudou de idéia e ele (Rafael) ficou pendurado no pincel", disse o líder do governo.

Para Dobrandino, o desafio do governador agora não é mais resolver o caso de Quintana, mas achar uma saída para o convite feito a Iatauro. Segundo o líder do governo, uma solução seria Requião indicar Iatauro para uma outra pasta no governo. O conselheiro já teria concordado em ir para outro lugar que não a Casa Civil.

Dobrandino não quis mencionar as secretarias onde Iatauro poderia ser alojado, mas já desde a semana passada alguns deputados peemedebistas cogitam que Iatauro poderia assumir a Secretaria de Desenvolvimento Urbano. O atual titular do cargo, Renato Adur, sinalizou que não teria dificuldades em trocar a secretaria por uma indicação para ser conselheiro do Tribunal de Contas, no lugar de Iatauro.

Pressão

Embora não seja certa – os auditores acham que a prerrogativa da indiçação é deles – a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas já teve dois "indicados" antes de Quintana. O primeiro nome cogitado para o cargo foi o do secretário da Educação, Maurício Requião, segundo revelam fontes próximas ao Palácio Iguaçu. O secretário teria recusado a oferta feita pelo governador.

Depois, a vaga foi oferecida ao vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti. Ele também não se interessou, segundo as mesmas fontes. Pessuti trabalha no projeto de concorrer ao Senado ou pode, dependendo das composições do PMDB para a eleição do próximo ano, ocupar novamente a vaga de candidato a vice-governador na chapa da reeleição de Requião. Ele avaliou que não seria adequado renunciar ao mandato atual e abandonar o seu projeto eleitoral para ocupar uma vaga que ainda está sub judice.

A vaga também deixa de existir este ano se o conselheiro Iatauro resolver ficar no Tribunal de Contas até o limite do prazo, em março de 2006. 

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