Quem viajou mais: Lerner ou Requião?

Quem gasta mais em viagens? O governador Roberto Requião (PMDB), ou o seu antecessor, Jaime Lerner (PSB)? Este foi o motivo de mais um duelo ontem entre as lideranças do governo e da bancada de oposição na Assembléia Legislativa.  

Tudo começou porque além dos R$ 18 milhões de despesas registradas nos cartões corporativos em 2007, o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), adicionou mais R$ 210 milhões relativos às viagens realizadas nos quatro anos do primeiro mandato para acusar o atual governo de gastar irresponsavelmente.

O líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) respondeu prometendo apresentar hoje um comparativo entre as despesas do governo Requião com viagens e aquelas registradas durante o governo de Jaime Lerner (1994 -2002), cujos vôos para Nova Iorque, nos Estados Unidos, para visitar familiares, sempre foram motivo de contestação pela então oposição, da qual Romanelli era um dos líderes. À época, Rossoni era líder do governo e mensalmente era cobrado pelos deslocamentos do governador.

?O deputado Rossoni vai ficar estarrecido ao ver que só os valores gastos na viagem para o casamento da filha do ex-governador em Nova Iorque vão superar todas as despesas de viagens do governo Requião?, reagiu Romanelli. Ele afirmou que está conferindo se é real o volume das despesas apresentadas por Rossoni. ?Eu não sei de onde ele tirou esses valores. Estou buscando informações junto à Secretaria da Fazenda?, comentou.

Ele distribuiu uma nota explicativa sobre o uso dos cartões. A primeira informação é que a adoção do cartão corporativo para o pagamento de despesas com viagens de trabalho de servidores públicos foi em 2001, durante o governo Lerner, que criou a Central de Viagens do Estado.

Na nota, Romanelli explica que o cartão corporativo é dotado do crédito correspondente ao valor específico para as despesas de viagem do servidor, que incluem deslocamento, hospedagem e alimentação. Os recursos são sacados no Banco do Brasil. Atualmente, o governo tem 11.800 cartões corporativos.

Para Rossoni, está havendo uma ?farra? de viagens no atual governo. ?Até porque o dinheiro que está sobrando para pagar passagens e estadia é o que está faltando em áreas essenciais, como saúde, educação e habitação. Com o dinheiro, daria para o governo construir 21 mil casas populares, no mínimo?, exemplificou.

Rossoni acusou o governador de viajar em excesso e sem objetivos específicos. ?Neste momento Requião está regressando de uma viagem aos Estados Unidos onde teria ido para participar de um seminário sobre segurança. O governador já esteve duas vezes em Nova York, em ocasiões anteriores, para badalar o sino da Bolsa de Valores?, citou. 

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