Batalha naval

PTB vai ao supremo contra registro do PSD obtido na semana passada

O registro do PSD obtido semana passada no Tribunal Superior Eleitoral não pôs fim à disputa jurídica que outras siglas travam contra a criação do novo partido. O secretário-geral do PTB, deputado Campos Machado, anunciou que seu partido vai ingressar no Supremo Tribunal Federal para impedir a criação da legenda do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que no Paraná já conta com os deputados federais Eduardo Sciarra e Reinhold Stephanes e com o deputado estadual Ney Leprevost, além de diversas lideranças municipais.

Segundo Campos Machado, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não analisou a incorporação do antigo PSD pelo PTB, feita em 2003. “Está havendo apropriação indébita da sigla e vamos ao Supremo para defender os direitos do PTB”, disse o deputado.

De acordo com Campos Machado, o posicionamento do DEM, de não recorrer da decisão do TSE, não vai alterar em nada o direito do PTB de lutar pela sigla PSD. “O DEM, além de parlamentares, não tem mais nada a perder. O PTB sim. Perderá o importante capital político, representado pela histórica sigla do PSD”, afirmou Campos Machado.

Na história brasileira já existiram dois PSDs, sob o número de legenda 41. O primeiro, de 1945, apoiado pelo presidente Getúlio Vargas, elegeu Eurico Gaspar Dutra, Ulysses Guimarães e Juscelino Kubitschek. Em 1965, foi extinto pelo regime militar.

Nos anos 80, a sigla foi reativada por Nabi Abi Chedid. Em 2003, em Convenção, o PTB incorporou o PSD e Chedid assumiu a presidência do diretório paulista dos petebistas.

Desde 2003, todas as contas do PSD vêm sendo pagas pelo PTB, que herdou ativos e passivos do PSD. “Não houve uma fusão (quando dois partidos se juntam para formar um terceiro). O que houve foi incorporação, ou seja, o partido menor está contido no maior e, sua sigla, passou a pertencer ao majoritário”, no caso o PTB, alegou o deputado.