PT publica cartilha para mostrar o que faz pelo Paraná

Em setenta e cinco páginas, o PT do Paraná apresentou ontem uma resposta às críticas feitas pelo governador Roberto Requião (PMDB) sobre o tratamento dado ao Estado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Numa cartilha intitulada "O que o governo Lula faz pelo Paraná", o diretório estadual do PT listou obras e programas de várias áreas financiados com recursos federais para ilustrar a tese de que o Paraná tem recebido toda a assistência do governo federal.

Recentemente, Requião mandou aos deputados do PT um dossiê contendo todas as petições que fez ao governo Lula e que teriam ficado sem resposta.

O presidente estadual do partido, André Vargas, e o líder da bancada estadual do PT, Tadeu Veneri, disseram que o relatório, mais do que um contraponto ao governador e aos ataques do PSDB e do PFL, servia como prestação de contas à população. Mostrar a ação do governo Lula é uma orientação nacional do partido, disse Vargas.

E essa estratégia vai nortear a campanha eleitoral do PT no próximo ano, admitiu o dirigente do PT do Paraná, citando que o tom de prestação de contas também será adotado no programa estadual do partido que será exibido no horário eleitoral gratuito no final do mês. "Nós queremos organizar o debate político. Que seja feito com base em fatos", disse Vargas.

As áreas de infra-estrutura e saúde, saneamento e habitação foram apontadas por Vargas como as que mais recursos receberam do governo Lula. Conforme a cartilha, o repasse de recursos para a saúde aumentou em 40% em relação a 2002, o último ano do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na área de saneamento básico, o PT citou que os investimentos realizados em parceria com o governo federal e a Sanepar totalizaram R$ 447,5 milhões em 2003 e 2004. Outra área destacada pela direção estadual do PT foi a de energia, com investimentos de R$ 608 milhões na construção de linhas de transmissão no Paraná.

Debate político

Veneri disse que os dados ajudam a deslocar o debate do campo ideológico para o administrativo. "Não existem orçamentos isolados. Há parcerias entre o governo federal, estadual e os municípios. Não se trata de o governo federal fazer um favor ao Paraná quando libera recursos ou de retaliar, quando os investimentos não são os desejados. Os investimentos são resultados do empenho de senadores, de deputados de todos os partidos, e do governador. Esse é o processo normal e é dentro desta ótica que o debate deve se dar", disse.

Para o presidente estadual PT, o demonstrativo da ação do governo Lula já está atrasado, mas veio a tempo de cessar o que chamou de visão unilateral do orçamento. "Como o governo federal está distante, os atores locais são valentes. Os prefeitos não questionam o governo estadual, só o governo federal, a quem transferiram toda a responsabilidade. Nós precisamos dar a resposta e resgatar a verdade", disse o presidente do PT.

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