AGUARDANDO UMA RESPOSTA

PSDB tenta convocar Mercadante para se explicar na Câmara

O PSDB protocolou nesta quarta-feira (22) três requerimentos de convocação do ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, para que ele explique sua eventual participação no caso do dossiê que seria comprado em 2006 para tentar prejudicar o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra.

Os requerimentos foram apresentados na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, pelo deputado Vanderlei Macris (SP); na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, pelos deputados Fernando Francischini (PR) e Carlos Sampaio (SP); e na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, pelo deputado Antonio Imbassahy (BA).

Outros dois requerimentos de convite a Expedito Veloso foram protocolados nas Comissões de Fiscalização Financeira; e de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Veloso disse à revista Veja que Mercadante foi um dos mentores do dossiê – um episódio que foi apelidado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o caso dos “aloprados do PT”. Na época, Veloso era diretor do Banco do Brasil e hoje é secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal.

Nesta quinta-feira (23), o líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), vai protocolar representação no Ministério Público Federal e um ofício na Polícia Federal solicitando a reabertura das investigações sobre o caso.

Para o deputado Otavio Leite (RJ), que está respondendo hoje pela Liderança do PSDB, é fundamental que a sociedade tenha respostas. “As investigações foram encerradas por falta de provas e agora há a confissão de que o ministro foi um dos mentores do plano. Com essa informação, é preciso que as investigações sejam retomadas”, disse.

Casos diferentes

O presidente da Câmara, Marco Maia, não acredita que haverá uma nova disputa entre partidos da base governista e da oposição em torno da convocação do ministro Mercadante, como ocorreu no caso do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci

“Não consigo enxergar que vamos viver uma crise ou um debate semelhante ao que tivemos no caso do ministro Palocci. É uma questão que aconteceu lá em 2006 que já foi amplamente esclarecida. Já há opiniões e posicionamentos, inclusive, da Procuradoria-Geral da República, da própria Polícia Federal, já houve investigação realizada, não há nenhuma informação nova que tenha vindo ao cenário com a reportagem da revista Veja. Então, não acredito que tenha o mesmo tom ou a mesma carga explosiva que tinha a convocação do ministro Palocci”, disse Marco Maia, em entrevista concedida na terça-feira (21).